Volodymyr Zelensky voltou a garantir esta terça-feira que vai estar quinta-feira em Istambul para se encontrar com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, e esperar que Vladimir Putin marque presença para negociações de paz, naquele que poderá ser o primeiro encontro entre os líderes ucraniano e russo desde 2019.O presidente ucraniano afirmou ainda que fará “tudo para garantir que esta reunião se realiza”, mas sublinhou que “se Putin não chegar e fizer jogos, o ponto final é que não quer acabar com a guerra”, sublinhando que como “absolutamente tudo na Rússia” depende do seu presidente, a única forma de garantir um cessar-fogo e o fim da guerra é através de negociações diretas como líder do Kremlin.Caso as negociações falhem, prosseguiu o líder ucraniano, Kiev espera “fortes sanções” da parte dos Estados Unidos e da União Europeia. Nesse sentido, o chanceler alemão, Friedrich Merz, anunciou esta terça-feira que Bruxelas está pronta para impor sanções mais severas à Rússia caso não sejam feitos progressos sobre o fim da guerra esta semana. “Estamos à espera do acordo de Putin, e concordamos que, se não houver progressos reais esta semana, queremos trabalhar em conjunto a nível europeu para um endurecimento significativo das sanções”, declarou Merz, adiantando que já está preparado um novo pacote de sanções. O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Andrii Sybiha, também encetou esta terça-feira esforços para garantir a presença de Vladimir Putin na quinta-feira em Istambul, tendo pedido ajuda ao Brasil para persuadir o presidente russo - Moscovo e Brasília estão numa fase particularmente boa das suas relações, como ficou comprovado com a presença do presidente Lula da Silva nas celebrações do Dia da Vitória, na semana passada, organizadas pelo Kremlin. “Reafirmei a disponibilidade do presidente Zelensky para se encontrar com Putin na Turquia e pedi ao Brasil que use a sua voz autoritária no seu diálogo com a Rússia para que este encontro direto de mais alto nível se realize”, escreveu Sybiha no X após uma conversa telefónica com o ministro dos Negócios Estrangeiros brasileiro, Mauro Vieira.O Kremlin já avisou que pressionar Moscovo é “inútil” e não responde a ultimatos, sendo que na segunda-feira, quando questionado sobre quem representará a Rússia em Istambul, o seu porta-voz, Dmitry Peskov, disse que “assim que o presidente achar adequado, anunciaremos”.Fontes da Casa Branca disseram esta terça-feira à Reuters que os enviados especiais do presidente americano Steve Witkoff e Keith Kellogg estarão amanhã na Turquia para reavivar a tentativa falhada de Donald Trump de negociar a paz no conflito, e que passa por um cessar-fogo de 30 dias.