Donald Trump a falar com os jornalistas em Washington.
Donald Trump a falar com os jornalistas em Washington.EPA/SAMUEL CORUM / POOL

Trump volta a defender Bolsonaro: "um homem bom"

O presidente dos EUA diz que o antigo chefe de Estado brasileiro está a ser tratado "de maneira muito injusta".
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O presidente dos EUA, Donald Trump, voltou a atacar o Brasil por estar a tratar "de forma muito injusta" o antigo líder brasileiro, Jair Bolsonaro, que qualificou de "um homem bom".

Trump saiu em defesa de Bolsonaro diante dos jornalistas, depois de na segunda-feira o ter defendido na sua Truth Social e na quarta-feira ter anunciado tarifas de 50% contra o Brasil.

Bolsonaro é acusado de liderar uma organização criminosa, de tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito e de golpe de Estado na alegada conspiração para reverter o resultado das presidenciais de 2022, que perdeu para Lula da Silva. Arrisca quase 40 anos de prisão se for condenado.

"Estão a tratar o presidente Bolsonaro de forma muito injusta", disse esta sexta-feira Trump aos jornalistas, dizendo que ele é "um homem bom".

Trump disse ainda que "ele era muito duro nas negociações [de comércio], mas era também muito honesto. E eu conheço os honestos e conheço os desonestos".

O presidente norte-americano defendeu Bolsonaro na segunda-feira. "O Brasil está a fazer uma coisa terrível no tratamento ao ex-presidente", escreveu na Truth Social. "Não fizeram mais nada a não ser ir contra ele, dia após dia, noite após noite, mês após mês e ano e após ano", alegou, insistindo que ele "não é culpado de nada exceto ter lutado pelo povo".

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Numa carta a Lula, na quarta-feira, Trump defendeu a imposição de tarifas de 50%, alegando que Bolsonaro não devia ser julgado e expressando as preocupações sobre o que vê como "uma relação comercial muito injusta" com o Brasil.

O presidente brasileiro respondeu, também pelas redes sociais, que o Brasil é uma nação soberana e não aceitará ser “tutelado por ninguém”.

Questionado sobre se poderá negociar a questão das tarifas com Lula, Trump respondeu: “Talvez em algum momento, mas não agora”.

Bolsonaro não é o único político que Trump quer que fique livre de processos judiciais. O presidente norte-americano também já saiu em defesa do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, que está a ser julgado por suspeitas de corrupção, e da líder parlamento do Reagrupamento Nacional, Marine Le Pen, que foi condenada por alegados falsos funcionários no Parlamento Europeu.

Antes de regressar à Casa Branca, Trump foi ele próprio condenado por falsificar registos comerciais para esconder o suborno pago pelo silêncio da atriz pornográfica Stormy Daniels.

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