As relações entre Índia e o Paquistão atingiram esta quinta-feira o ponto mais baixo dos últimos anos entre estes dois vizinhos, que já travaram três guerras, devido às medidas de retaliação anunciadas por ambos depois de Nova Deli ter culpado Islamabad por um ataque que matou 26 pessoas numa zona turística da Caxemira indiana esta terça-feira.Nova Deli anunciou que todos os vistos emitidos para cidadãos paquistaneses serão anulados a partir de domingo, acrescentando que todos os paquistaneses na Índia devem sair antes que os seus vistos expirem. Entre o pacote de medidas anunciado está ainda a redução do número de funcionários diplomáticos, o encerramento do único ponto de fronteira terrestre entre os dois lados e a suspensão de um tratado de 1960 sobre a partilha das águas do rio Indo.Em resposta, Islamabad deu a saber que ia fechar o seu espaço aéreo às companhias detidas ou operadas pela Índia, suspender todas as trocas comerciais, incluindo através de países terceiros, e interromper os vistos especiais do Sul da Ásia emitidos para cidadãos indianos.O Paquistão anunciou ainda que vai também exercer o direito de suspender todos os acordos bilaterais com a Índia, incluindo o Acordo de Simla de 1972, até que Nova Deli desista de “fomentar o terrorismo dentro do Paquistão”, referiu o gabinete do primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif. De notar que o Acordo de Simla, assinado após a terceira guerra entre os dois países, estabelece os princípios das relações bilaterais, incluindo o respeito pela linha de cessar-fogo em Caxemira.Quanto à suspensão do tratado sobre a partilha das águas do rio Indo anunciado por Nova Deli, Islamabad disse “rejeitar veementemente” esta hipótese, acrescentando que qualquer tentativa de interromper ou desviar água pertencente ao Paquistão seria considerada como um “ato de guerra e respondida com toda a força em todo o espectro do poder nacional”.Pelo menos 26 pessoas morreram e mais algumas ficaram feridas na terça-feira na Caxemira indiana, quando homens armados abriram fogo sobre um grupo de turistas, no pior ataque a civis na Índia desde os atentados de Mumbai, em 2008. A polícia indiana nomeou três suspeitos do ataque desta semana, referindo que dois eram paquistaneses, mas sem adiantar mais detalhes. “Vamos persegui-los até aos confins da Terra”, disse ontem o primeiro-ministro indiano, sem nomear a nacionalidade dos atacantes. “Cometeram o erro de atacar a alma da Índia. Quero deixar claro que aqueles que planearam e executaram este ataque serão punidos para além da imaginação”, acrescentou ainda Narendra Modi. .Índia reduz relações com o Paquistão após ataque em Caxemira