O Presidente taiwanês anunciou esta quarta-feira, 26 de novembro, uma série de iniciativas para reforçar as capacidades defensivas da ilha, com o objetivo final de consolidar uma força capaz de "defender permanentemente" a "Taiwan democrática" contra a "ameaça chinesa".Numa conferência de imprensa, no gabinete presidencial, em Taipé, William Lai Ching-te sublinhou a intenção de equipar as forças armadas com um "alto nível de prontidão" para "dissuadir de forma eficaz" a China até 2027, ano em que, segundo relatórios dos serviços de informação norte-americanos, o Presidente chinês, Xi Jinping, ordenou a conclusão dos preparativos para a "reunificação pela força".Neste contexto, o Governo de Taiwan planeia investir 1,25 biliões de novos dólares taiwaneses (34,4 mil milhões de euros) entre 2026 e 2033, para alcançar uma "capacidade defensiva altamente resiliente e dissuasão plena", afirmou William Lai.Os fundos vão financiar o desenvolvimento do 'Escudo de Taiwan' (T-Dome), um "sistema avançado de defesa aérea em camadas, com elevada capacidade de alerta e eficácia de interceção", anunciado por Lai em 10 de outubro e semelhante ao 'Iron Dome' de Israel e ao 'Golden Dome' proposto pelos Estados Unidos.Os fundos vão permitir, além disso, a incorporação de "alta tecnologia" e inteligência artificial nas forças armadas, de forma a "construir um sistema de defesa resiliente, baseado numa tomada de decisões eficiente e em ataques precisos", contribuindo, ao mesmo tempo, para "reforçar a autonomia de defesa e desenvolver a indústria nacional", observou Lai."Taiwan, como o elo mais importante e crucial da primeira cadeia de ilhas, não pode tornar-se um ponto vulnerável na segurança regional. Devemos demonstrar determinação e assumir uma maior responsabilidade pela autodefesa", enfatizou.No discurso, Lai denunciou os esforços das autoridades de Pequim para transformar a "Taiwan democrática" numa "Taiwan chinesa" através de uma série de medidas que vão desde a intensificação da pressão militar e operações de influência até à "repressão transnacional" dos cidadãos taiwaneses.Por conseguinte, enfatizou o dirigente, o Governo vai criar um gabinete de trabalho para elaborar "planos de ação" e mobilizar toda a sociedade e "países aliados" para demonstrar "a determinação" de Taiwan em salvaguardar o 'status quo'."A soberania nacional e os valores fundamentais da liberdade e da democracia constituem a base da nossa nação. Não se trata de uma questão de ideologias ou de um debate entre 'unificação' e 'independência', mas de uma escolha entre defender a 'Taiwan democrática' e rejeitar a transformação numa 'Taiwan chinesa'", declarou o líder da ilha."Compatriotas: em todos os guiões da China para anexar Taiwan, a maior ameaça não é a força, mas a resignação (...). A democracia não é uma provocação. Nem a simples existência de Taiwan é uma desculpa para um invasor romper com o status quo", acrescentou.As autoridades de Pequim consideram Taiwan "parte inalienável" do território chinês e não descartaram o uso da força para assumir o controlo, uma posição rejeitada pelo Governo de Taipé, que afirma que o futuro da ilha deve ser decidido pelos 23 milhões de habitantes da ilha..China diz que esmagará ingerências em Taiwan e reitera advertência ao Japão.Japão mobiliza Força Aérea após ter avistado um drone próximo de Taiwan