O antigo presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, foi submetido este sábado, 27 de dezembro, a uma intervenção cirúrgica de urgência para tratar uma crise crónica de soluços que o afeta há nove meses. O procedimento, realizado no hospital DF Star, em Brasília, foi realizado apenas dois dias após Bolsonaro ter sido operado a duas hérnias inguinais, numa altura em que cumpre uma pena de prisão superior a 27 anos.A equipa médica, liderada pelo cirurgião Cláudio Birolini, optou por fazer um bloqueio do nervo frénico do lado direito. Este nervo é o principal responsável por enviar sinais do cérebro para o diafragma, e a sua estimulação excessiva é a causa direta dos soluços persistentes que têm impedido o descanso e a recuperação pós-operatória do antigo governante.Segundo o boletim médico divulgado ainda durante a madrugada deste domingo (hora de Lisboa), a intervenção foi necessária após o agravamento do estado de exaustão de Bolsonaro. Embora as cirurgias às hérnias, realizadas no dia de Natal, tenham decorrido sem complicações imediatas, a violência das crises de soluços durante a madrugada de sexta-feira colocou em risco a cicatrização e o bem-estar físico do paciente. Caso a evolução seja positiva, está prevista uma nova intervenção no lado esquerdo do nervo já na próxima segunda-feira, 29 de dezembro..Bolsonaro operado com sucesso sob vigilância estrita: o Natal do "preso de Brasília".Vigilância apertada e calendário judicialA permanência de Jair Bolsonaro no hospital decorre sob condições de segurança máxima. O antigo presidente está a cumprir uma sentença por tentativa de golpe de Estado e a sua transferência da Superintendência da Polícia Federal para a unidade hospitalar foi pessoalmente autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).À porta do quarto, agentes da Polícia Federal mantêm uma vigilância de 24 horas por dia. De acordo com as normas impostas pelo tribunal, as visitas estão limitadas a um familiar de cada vez, mantendo-se a proibição para aliados políticos. Se o plano de recuperação se mantiver, a alta médica está agendada para o dia 31 de dezembro, momento em que Bolsonaro deverá regressar à cela para continuar o cumprimento da sua pena.