Seis policias do Mississípi condenados a 15 a 45 anos de prisão por torturar afro-americanos
Samantha Laurey / AFP

Seis policias do Mississípi condenados a 15 a 45 anos de prisão por torturar afro-americanos

Segundo os procuradores, os agentes da polícia fizeram uma rusga a uma casa sem mandado e, por motivos raciais, torturaram os dois homens com tasers, vários objetos e até dispararam contra a boca de um deles enquanto estavam algemados.
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Um grupo de seis polícias brancos que criou um regime de terror com torturas, abusos sexuais e agressões num condado do estado do Mississípi, Estados Unidos, foi condenado esta quarta-feira a penas de 15 a 45 anos de prisão.

Os seis polícias, que se autodenominavam "Goon Squad" ("Esquadrão de Capangas" numa tradução livre), já tinham sido condenados em março a penas federais que variavam entre 10 e os 40 anos, enquanto as sentenças atribuídas hoje têm um estatuto estadual.

As sentenças estaduais impostas num tribunal de Brandon, Mississípi, devem ser cumpridas em simultâneo com as sentenças federais.

As condenações referem-se à tortura de dois homens afro-americanos - Michael Jenkins e Eddie Parker - em janeiro de 2023.

Segundo a versão apresentada pelos procuradores, os agentes da polícia fizeram uma rusga a uma casa sem mandado e, por motivos raciais, torturaram os dois homens com 'tasers' (pistolas de choques elétricos), vários objetos e até dispararam contra a boca de um deles enquanto estavam algemados.

A acusação também referiu que os agentes da polícia tinham instituído um reino de terror de décadas no condado de Rankin, identificando pelo menos nove casos nos últimos cinco anos em que maltrataram cidadãos impunemente.

Os polícias declararam-se culpados de uma série de acusações em ambos os processos.

A pena mais elevada - 45 anos - foi aplicada a Hunter Elward, que baleou Jenkins, um dos queixosos, na boca.

Christian Dedmon foi condenado a 25 anos de prisão e Brett McAlpin - o agente da polícia mais graduado do grupo -, Jeffrey Middleton e Daniel Opdyke a 20 anos cada, enquanto Joshua Hartfield recebeu a pena mais baixa, de 15 anos.

Malik Shabazz, o advogado das vítimas, declarou estar "satisfeito" depois de ouvir as sentenças, mas reconheceu que esperava que as penas fossem mais graves.

"Teríamos preferido que as penas dos arguidos fossem aumentadas em alguns anos", declarou Shabazz aos jornalistas.

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