Rússia não dá importância a “ultimato teatral” de Trump. Presidente dos EUA ainda não desistiu de acordo
A Rússia desvalorizou o ultimato de Donald Trump que ameaçou Moscovo com tarifas de 100% caso não haja um acordo sobre a guerra na Ucrânia dentro de 50 dias. Pelo menos foi essa a reação do vice-presidente do Conselho de Segurança da Federação Russa, divulgada esta terça-feira, 15 de julho.
Dmitry Medvedev considerou que o presidente norte-americano emitiu um "ultimato teatral" ao Kremlin, mas a Rússia não está preocupada com a ameaça de Donald Trump.
"O mundo estremeceu, à espera das consequências", declarou o também ex-presidente russo na rede social X. "A Europa beligerante ficou desiludida. A Rússia não se importou", rematou Medvedev.
Na segunda-feira, o presidente dos EUA ameaçou a Rússia com tarifas, caso não exista um acordo dentro de 50 dias. “Estou desapontado com o presidente [russo Vladimir] Putin, pois pensava que chegaríamos a um acordo há dois meses, mas isso não parece estar a concretizar-se. Se não chegarmos a um acordo dentro de 50 dias, é muito simples, [as tarifas] serão de 100%", disse Donald Trump, na Sala Oval, na Casa Branca, ao lado do secretário-geral da NATO, Mark Rutte.
Antes, já tinha anunciado que os EUA iriam enviar sistemas de defesa antiaérea Patriot a Kiev.
Horas depois deste anúncio, o presidente norte-americano, em entrevista à BBC, por telefone, reafirmou o descontentamento com o seu homólogo russo, mas disse que não desistiu de alcançar um acordo com Putin sobre a guerra na Ucrânia.
“Estou desapontado com ele, mas ainda não desisti dele. Mas estou desapontado com ele”, repetiu Trump na entrevista à emissora britânica, durante a qual foi questionado sobre se confia em Putin. "Não confio em quase ninguém", respondeu.
Questionado sobre como iria conseguir que Putin “parasse com o derramamento de sangue”, o presidente norte-americano disse que os EUA estão "a trabalhar nisso”.
Ainda nas declarações à BBC, lamentou que o presidente russo tenha dado a entender possíveis entendimentos quando depois bombardeia o território ucraniano.
Referiu que chega a ter uma "boa conversa" com Putin, o que o leva a pensar que um entendimento pode acontecer. "Eu digo: 'Boa, estamos perto de conseguir [um acordo]' e de seguida ele destrói um edifício em Kiev”, afirmou Donald Trump.