Trump dá 50 dias para a Rússia chegar a acordo de paz ou avança com tarifas secundárias
Reunido na Casa Branca com o secretário-geral da NATO, o presidente norte-americano confirmou um acordo com países europeus e com a aliança militar para a transferência de armas para a Ucrânia e fez um ultimato a Vladimir Putin: ou acaba com a guerra em 50 dias ou irão avançar tarifas secundárias que, afirma, "são muito poderosas".
O presidente dos Estados Unidos disse estar "muito insatisfeito" com o homólogo russo, porque "as conversações não podem ser apenas conversações, tem de haver resultados" e lembrou que Kiev continua a ser alvo de mísseis. Para aplicar pressão ao Kremlin, Trump avança em duas frentes: com a ameaça de estrangular a venda de petróleo russo e com a transferência de sistemas de defesa aérea à Ucrânia, volte-face tendo em conta a infame reunião entre Trump e Zelensky na Sala Oval ocorrida há menos de cinco meses.
"Vamos aplicar tarifas muito severas se não chegarmos a um acordo em 50 dias", anunciou Donald Trump ao lado de Mark Rutte. As tarifas secundárias, de 100%, são um instrumento que sanciona o país visado de forma indireta. No caso, o objetivo é atingir em cheio o comércio de petróleo russo para países como a China e a Índia.
Trump confirmou igualmente um acordo com países da NATO e com a estrutura militar, que irá fazer a coordenação, respeitante à transferência de sistemas de defesas aéreas Patriot, já em solo europeu, para a Ucrânia. "Isto é mesmo importante", realçou Mark Rutte. "A rapidez é fundamental", disse. Segundo o secretário-geral da NATO, Alemanha, Finlândia, Dinamarca, Noruega, Suécia, Países Baixos, Canadá e Reino Unido estão na primeira linha para a transferência de armas para Kiev. Sem pormenorizar que outras armas serão enviadas, Trump disse que são "milhares de milhões de dólares" em armas que os EUA vão posteriormente vender a esses países.
"Espero que tenha impacto em Vladimir Putin e que tenha impacto na Ucrânia", disse Trump.