A Alemanha enviou este domingo, 21 de setembro, dois caças Eurofighters para vigiar uma aeronave militar russa IL-20M que tinha entrado em espaço aéreo neutro sobre o Mar Báltico, tendo entregue depois a escolta aos parceiros da NATO na Suécia. “Mais uma vez, a nossa força de alerta de reação rápida, composta por dois Eurofighters, foi incumbida pela NATO de investigar uma aeronave não identificada, sem plano de voo ou contacto rádio, no espaço aéreo internacional”, afirmou a Força Aérea alemã. Este é o mais recente episódio de incursões aéreas russas no espaço aéreo de países da NATO, como aconteceu recentemente na Polónia, Roménia e Estónia, e que levaram a Aliança a lançar a missão Sentinela Oriental para reforçar o seu flanco leste logo no dia 12, depois dos primeiros incidentes no território polaco, com secretário-geral Mark Rutte a explicar que a iniciativa “irá acrescentar flexibilidade e força à nossa postura e deixará claro que, como aliança defensiva, estamos sempre prontos para defender”. No âmbito desta missão, e logo num primeiro momento, os Aliados começaram a anunciar o envio de forças e capacidades - a Dinamarca contribui com dois F-16 e uma fragata antiaérea, a França com três Rafales e a Alemanha com quatro Eurofighters. No sábado à noite, o Reino Unido anunciou que dois jatos Typhoons tinham efetuado a sua primeira missão no âmbito da Sentinela Oriental, patrulhando os céus da Polónia. “Os Typhoons da RAF realizaram a sua primeira missão de defesa aérea sobre a Polónia, enviando um sinal claro: o espaço aéreo da NATO será defendido. Estou orgulhoso dos excelentes pilotos e tripulantes britânicos que participaram nesta operação bem-sucedida para defender os nossos Aliados da imprudente agressão russa”, declarou o secretário da Defesa britânico, John Healey.Segundo a Reuters, citando duas fontes próximas da Aliança, o Conselho do Atlântico Norte - o principal órgão de decisão política dentro da NATO - vai reunir-se esta terça-feira para discutir a violação do espaço aéreo estónio pela Rússia. Já Moscovo negou que os seus jatos tenham violado o espaço aéreo estónio, dizendo que voaram sobre águas neutras.De recordar que a Estónia, tal como já havia feito a Polónia, solicitou consultas nos termos do artigo 4.º do Tratado da NATO após aquilo que descreveu como uma incursão “descaradamente descarada e sem precedentes”. Esse artigo estabelece que os membros da NATO se consultarão entre si sempre que, na opinião de qualquer um deles, o território, a independência política ou a segurança de um dos seus países esteja ameaçado.Este tema vai ser também discutido esta segunda-feira numa reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, a pedido da Estónia, que sustenta que a violação “faz parte de um padrão de comportamento mais amplo da Rússia, que visa testar a determinação da Europa e da NATO”.“Este comportamento exige uma resposta internacional”, declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros estónio, Margus Tsahkna, acrescentando que “a conduta da Rússia é incompatível com as responsabilidades de um membro permanente do Conselho de Segurança da ONU”.O presidente norte-americano, Donald Trump, garantiu este domingo que os Estados Unidos participariam na defesa da Polónia e dos países bálticos se a Rússia intensificasse a sua atividade militar na região. “Não gostamos disso”, disse, citado pela AFP.A líder da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, por seu turno, advertiu este domingo, em entrevista ao Le Soir, que a UE “defenderá cada centímetro do seu território” contra as provocações russas e pediu “maior autonomia e independência” na defesa.Os casosPolóniaA 4 de setembro, dois drones russos entraram no espaço aéreo polaco durante um ataque ao oeste da Ucrânia. Aviões polacos e aliados foram mobilizados e os drones foram monitorizados de perto até abandonarem o território polaco. Cinco dias depois, pelo menos 21 drones foram registados no espaço aéreo polaco, quatro deles foram abatidos, e a Polónia invocou o artigo 4.º do Tratado do Atlântico Norte como resposta a este incidente. Na sexta-feira, dois caças russos violaram a zona de segurança da plataforma de perfuração da Petrobaltic, pertencente à Polónia, no Mar Báltico.RoméniaUm drone russo foi detetado a 13 de setembro no espaço aéreo romeno. Foram enviados dois F-16 para monitorizar a fronteira com a Ucrânia, tendo intercetado e acompanhado o drone durante 50 minutos, até atravessar para o lado ucraniano, tendo os pilotos optado por não o abater para evitar potenciais danos colaterais.EstóniaNa sexta-feira, três caças russos MiG-31 violaram o espaço aéreo estónio durante 12 minutos. A Estónia invocou o artigo 4.º do Tratado do Atlântico Norte como resposta a este incidente..NATO intercetou os três caças MiG russos que violaram o espaço aéreo da Estónia, membro da Aliança Atlântica.Rússia nega ter lançado drone contra a Roménia e responsabiliza Ucrânia