Rússia detém suspeito da morte de general russo
O Comité de Investigação da Rússia anunciou esta quarta-feira que foi detido o suspeito de matar o general russo Igor Kirillov e o seu assistente numa explosão em Moscovo.
“Um cidadão do Uzbequistão, nascido em 1995, foi detido por suspeita de ter cometido o atentado que custou a vida ao tenente-general das forças russas de defesa radiológica, química e biológica, Igor Kirillov, e ao seu assistente, Ilya Polikarpov”, refere o Comité de investigação, em comunicado, adiantando que o suspeito afirmou ter sido "recrutado pelas forças especiais ucranianas".
Kirillov, de 54 anos, e o seu assistente morreram na terça-feira numa explosão perto de um edifício residencial no sudeste de Moscovo. No dia anterior, a Ucrânia tinha acusado o general russo pela utilização de armas químicas em solo ucranian
"Um engenho explosivo colocado numa motorizada estacionada perto da entrada de um edifício residencial foi ativado no dia 17 de dezembro de manhã [hora local], na avenida Ryazansky, em Moscovo", indicou a nota do Comité de Investigação, divulgada após o homicídio.
A explosão ocorreu quando os dois homens estavam a sair de um prédio. A bomba estava escondida numa trotineta elétrica.
Os serviços de segurança ucranianos (SBU) reivindicaram a autoria do assassinato do general russo responsável pela defesa nuclear, biológica e química, disse uma fonte à AFP.
Informações do Comité de Investigação russo, citadas pela Reuters, indicam que o suspeito confessou o crime e disse ter recebido o engenho explosivo usado no ataque quando chegou a Moscovo.
Ao cidadão do Uzbequistão terá sido prometida uma recompensa de 100 mil dólares (cerca de 95 mil euros) pelo assassinato do general russo e residência num país da UE, indicou o gabinete de imprensa do Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB), citado pela agência de notícias TASS.
“O terrorista confessou ter sido recrutado pelos serviços secretos ucranianos. Foi enviado para Moscovo por ordem destes, onde recebeu um potente engenho explosivo improvisado", colocando-o "numa scooter eléctrica, que estacionou perto da entrada da residência de Kirillov", segundo a nota.
No comunicado do FSB é ainda referido que o suspeito instalou num carro alugado uma câmara de videovigilância, "que transmitiu em direto", o que permitiu aos "organizadores" do homicídio perceberem o momento em que o general russo e o seu assistente deixavam o prédio para detonar remotamente o engenho explosivo.
O suspeito corre o risco de ser condenado "a prisão perpétua", informou o FSB, garantindo que os elementos dos serviços secretos ucranianos "envolvidos na organização do ataque terrorista também serão localizados e punidos”.
Em outubro, as autoridades britânicas apontaram o general Kirillov como o responsável de Moscovo pela alegada utilização de armas químicas na Ucrânia.
Trata-se do mais alto responsável militar russo morto em Moscovo desde o início da ofensiva russa contra território ucraniano, em fevereiro de 2022.
A presidência russa acusou, entretanto, Kiev de um "ato de terrorismo", referindo-se ao assassínio do general Igor Kirillov em Moscovo.
"É óbvio quem ordenou este ato de terrorismo. Isto demonstra mais uma vez que o regime de Kiev não recua perante métodos terroristas", afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.