Putin rejeita presença de tropas estrangeiras antes ou depois da paz. São "um alvo legítimo", diz
SPUTNIK / POOL/EPA

Putin rejeita presença de tropas estrangeiras antes ou depois da paz. São "um alvo legítimo", diz

Presidente russo convidou o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, para conversações de paz em Moscovo.
Publicado a
Atualizado a

O presidente russo, Vladimir Putin, rejeitou esta sexta-feira, 5 de setembro, a presença de tropas estrangeiras na Ucrânia, tanto antes como depois da assinatura de um acordo de paz que ponha fim ao conflito.

Se estas tropas forem enviadas agora, durante a guerra, Moscovo irá considerá-las "um alvo legítimo", disse Putin, durante o seu discurso no Fórum Económico do Leste, realizado na cidade portuária de Vladivostok.

"E se forem tomadas decisões que conduzam à paz, a uma paz duradoura, simplesmente não vejo sentido na sua presença" em território ucraniano, acrescentou Putin, pedindo que "ninguém duvide que a Rússia respeitará integralmente" as futuras garantias de segurança para a Ucrânia.

Durante o seu discurso, Vladimir Putin convidou o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, para conversações de paz em Moscovo, algo que este já rejeitou.

"Já disse: 'Estou disposto, por favor, venha, nós garantimos condições de trabalho e segurança completas e seguras. A garantia é de 100%'", disse.

Também esta sexta-feira, o presidente ucraniano disse que milhares de tropas poderiam ser enviadas para a Ucrânia sob garantias de segurança propostas por seus aliados quando a guerra da Rússia contra seu país terminar.

"É importante que estejamos a discutir tudo isso... certamente serão milhares, não apenas alguns", disse Zelensky, depois da reunião com o presidente do Conselho Europeu, António Costa, em Uzhhorod, no oeste da Ucrânia, segundo a Reuters.

A Rússia acusou esta sexta-feira os estados europeus de "atrapalharem" a resolução do conflito na Ucrânia, um dia depois de 26 países se terem comprometido com uma "força de segurança" em caso de acordo de paz.

"Os europeus estão a obstruir a resolução na Ucrânia. Não estão a contribuir", disse o porta-voz da Presidência da Rússia.

Putin rejeita presença de tropas estrangeiras antes ou depois da paz. São "um alvo legítimo", diz
Seis meses da Coligação dos Dispostos: 26 países pactuam ajudar Ucrânia “em terra, no mar e no ar”

Na quinta-feira, 26 países, na maioria europeus, comprometeram-se com a criação de uma "força de segurança" em caso de um acordo de paz no conflito da Ucrânia, anunciou o Presidente francês.

De acordo com Emmanuel Macron, o grupo de países, reunidos em Paris e por videoconferência no âmbito da Coligação dos Dispostos, prontificou-se para prestar garantias de segurança às autoridades da Ucrânia, com presença "em terra, no mar ou no ar".

Emmanuel Macron sublinhou que a força de segurança “não tem intenção nem objetivo de travar qualquer guerra contra a Rússia" e referiu que os Estados Unidos foram também "muito claros" sobre a disponibilidade para participar.

O líder francês observou que não se pretende que as forças a destacar estejam presentes na linha da frente, mas "prevenir qualquer nova grande agressão" por parte da Rússia e garantir a "segurança duradoura da Ucrânia".

Representantes da UE a caminho dos EUA para negociar sanções, anuncia António Costa

Um grupo de representantes da União Europeia (UE) está a caminho de Washington para tentar negociar com os Estados Unidos da América (EUA) possíveis sanções à Rússia, anunciou, entretanto, o presidente do Conselho Europeu.

“O trabalho sobre o novo pacote de sanções começou em Bruxelas, e uma equipa europeia está a caminho de Washington para trabalhar com os nossos amigos dos EUA”, disse esta sexta-feira, António Costa, em conferência de imprensa conjunta com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

O presidente do Conselho Europeu, ex-primeiro-ministro de Portugal, acrescentou que a UE está em contacto com a Casa Branca e outros parceiros para tentar aplicar “sanções diretas e indiretas” a Moscovo, para tentar coartar as capacidades militares do Kremlin.

Ao fim de três anos e meio da invasão russa da Ucrânia, as propostas para um acordo de paz entre Moscovo e Kiev têm fracassado, apesar das iniciativas do Presidente norte-americano para aproximar as partes.

O líder russo, Vladimir Putin, exige que a Ucrânia ceda territórios e renuncie ao apoio ocidental e à adesão à NATO, condições que Kiev considera inaceitáveis, reivindicando, pelo seu lado, um cessar-fogo imediato como ponto de partida para um acordo de paz, a ser salvaguardado por garantias de segurança que previnam uma nova agressão de Moscovo.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt