Embaixadores de missões diplomáticas estrangeiras na Rússia participam numa cerimónia de homenagem às vítimas do ataque.
Embaixadores de missões diplomáticas estrangeiras na Rússia participam numa cerimónia de homenagem às vítimas do ataque.EPA/SERGEI ILNITSKY

Putin está a sofrer com o massacre, mesmo que isso não seja visível, diz o Kremlin

"Se você não vê lágrimas no seu rosto, isso não significa que ele não esteja a sofrer", disse o porta-voz do Kremlin sobre o presidente russo, que ainda não visitou sala de espetáculos onde morreram mais de 140 pessoas num ataque há uma semana nem familiares das vítimas.
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O Kremlin disse este sábado que o presidente Vladimir Putin está a sofrer com o massacre da semana passada numa sala de espetáculo de Moscovo, mesmo que isso não seja visível externamente.

Mais de uma semana depois de homens armados terem atacado a sala de espetáculos Crocus City Hall, no noroeste Moscovo, matando 144 pessoas e ferindo outras centenas, Putin ainda não se reuniu publicamente com os sobreviventes nem visitou o local do ataque.

Isto apesar de os meios de comunicação russos terem relatado que diplomatas ocidentais, incluindo os da União Europeia e dos Estados Unidos, visitaram um memorial improvisado para as vítimas fora do local no sábado.

O porta-voz Dmitry Peskov disse a um repórter da TV estatal que Putin estava lidando com a tragédia à sua maneira.

“Acredite em mim, se você não vê lágrimas no seu rosto, isso não significa que ele não esteja a sofrer. E é improvável que alguém reconheça e entenda o que ele está a passar”, disse.

O Kremlin não deu nenhuma indicação esta semana de que o líder russo planeie visitar os familiares das vítimas do ataque, o mais mortal no país em duas décadas.

Em vez disso, as agências de segurança mudaram o foco para quem terão sido os responsável, detendo uma dúzia de suspeitos, incluindo os quatro alegados agressores do Tajiquistão.

Os jihadistas do grupo Estado Islâmico afirmaram diversas vezes desde o ataque de 22 de março que eram os responsáveis, e canais de informação afiliados ao EI publicaram vídeos explícitos dos homens armados dentro do local.

Embora Putin tenha reconhecido que foram "islamistas radicais" os responsáveis pela carnificina, continuou a alegar que a Ucrânia estava envolvida de alguma forma, sem fornecer qualquer prova.

O Comité de Investigação Russo adiantou este sábado que identificou 134 corpos dos 144 mortos do atentado terrorista.

"Neste momento, a investigação conseguiu encontrar as identidades de 134 mortos", afirmou o comité no serviço de mensagens Telegram.

De acordo com os investigadores, a perícia genética das restantes vítimas não identificadas prossegue.

O Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB, na sigla em inglês) comunicou a detenção de 11 pessoas relacionadas com o atentado.

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