Putin e Trump vão reunir-se "nos próximos dias". Emirados Árabes Unidos é um dos "locais adequados"

O Kremlin anunciou que foi assinado um acordo para a realização de uma reunião entre Vladimir Putin e Donald Trump nos próximos dias, informou a agência de notícias russa IFAX.

A informação foi avançada por Yuri Ushakov, conselheiro do presidente russo para as relações externas, adiantando ainda que as partes começaram a trabalhar nos detalhes da reunião.

O local da reunião também já está definido e será anunciado em breve, tendo Vladimir Putin adiantado esta quinta-feira que os Emirados Árabes Unidos (EAU) são um dos locais adequados, embora tenha ressalvado que tem "muitos amigos" prontos para ajudar a organizar o encontro.

Refira-se que o presidente russo está limitado geograficamente, uma vez que existe um mandado de detenção internacional emitido contra ele pelo alegado rapto de crianças da Ucrânia para a Rússia durante a guerra.

Ushakov disse que o enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, tinha discutido a ideia de um encontro trilateral entre Putin, Trump e Volodymyr Zelensky quando falou com Putin esta quarta-feira, mas o líder do Kremlin diz que ainda não há condições para tal.

"Já disse muitas vezes que não tenho nada contra isso. É possível. (...) Mas é preciso criar certas condições para isso. Infelizmente, ainda estamos longe de criar tais condições", frisou.

"Por sugestão do lado americano, foi assinado um acordo em princípio para a realização de uma cimeira bilateral nos próximos dias, ou seja, uma reunião entre o presidente Vladimir Putin e Donald Trump", disse o conselheiro do Kremlin.

A reunião poderá acontecer na próxima semana, mas Ushakov disse que ainda é difícil dizer quantos dias demorarão os preparativos para a cimeira.

Para forçar a Rússia a tomar medidas concretas para encerrar a guerra, Trump ordenou esta semana o aumento das tarifas sobre a Índia dos atuais 25% para 50%.

Esta medida tem como objetivo impedir que o país asiático compre grandes quantidades de petróleo russo, uma exportação que é a principal fonte de financiamento do Kremlin para o esforço de guerra.

A 29 de julho, Trump deu a Putin um prazo de 10 dias, que expira na sexta-feira, para tomar medidas em direção à paz.

Merz e Zelensky elogiam esforços de mediação de Trump

O chanceler alemão, Friedrich Merz, e o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, enaltecem os “esforços de mediação” de Donald Trump, avançou Berlim, após o anúncio de um encontro entre o Presidente dos Estados Unidos e o da Rússia.

A Rússia deve “pôr fim à sua guerra de agressão, que é contrária ao direito internacional”, afirmou o Governo alemão, um dos mais fervorosos apoiantes da Ucrânia.

Por seu lado, Zelensky instou a Europa a participar nas conversações de paz entre a Ucrânia e a Rússia.

“A guerra está a acontecer na Europa, e a Ucrânia é parte integrante da Europa (...) A Europa deve, por isso, participar no processo” que visa pôr fim a uma guerra que se arrasta desde 2022, disse o Presidente ucraniano nas redes sociais.

Zelensky insistiu esta quinta-feira num cessar-fogo, mas já veio lamentar que a Rússia não deu "nenhuma resposta pública clara".

"Continuamos conscientes da necessidade de um cessar-fogo real. A Ucrânia está pronta para isso, e ainda não houve uma resposta pública clara por parte da Rússia", escreveu na rede social X, após ter conversado com o presidente francês, Emmanuel Macron.