Moscovo voltou a atingir Kiev, deixando 11 pessoas feridas, entre as quais duas crianças.
Moscovo voltou a atingir Kiev, deixando 11 pessoas feridas, entre as quais duas crianças. EPA / SERGEY DOLZHENKO

Putin diz ter meios para vencer guerra na Ucrânia

Presidente russo diz esperar não ter de usar armas nucleares e que a reconciliação com Kiev é algo “inevitável”.
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O presidente russo garantiu este domingo que Moscovo tem “força e meios” para conduzir a guerra na Ucrânia à sua “conclusão lógica”, dizendo esperar que este objetivo não obrigue ao uso de armas nucleares. “Temos força e meios suficientes para levar o que foi iniciado em 2022 a uma conclusão lógica com o resultado que a Rússia exige”, declarou Vladimir Putin, num documentário da televisão estatal russa transmitido ontem sobre o seu quarto de século no poder.

No mesmo documentário - intitulado Rússia, Kremlin, Putin, 25 anos - o líder russo foi questionado sobre o risco de uma escalada nuclear no conflito, dizendo que “queriam provocar-nos para que cometêssemos erros”, mas sublinhando que “não houve necessidade de usar estas armas e espero que não sejam necessárias.”

Putin referiu ainda que a Rússia não lançou uma invasão em grande escala da Ucrânia em 2014, quando anexou ilegalmente a Crimeia, porque era “praticamente irrealista”. “O país não estava preparado para um confronto tão frontal com todo o Ocidente”, prosseguiu, afirmando que Moscovo “procurou sinceramente resolver o problema do Donbass por meios pacíficos”. E notou que a reconciliação com a Ucrânia é “inevitável”.

Estas declarações foram conhecidas horas depois de um drone russo ter atingido Kiev, de acordo com as autoridades ucranianas, deixando 11 pessoas feridas, entre as quais duas crianças. Duas outras pessoas foram ontem mortas por bombas guiadas russas, uma na região de Dnipropetrovsk e outra em Sumy, informaram as autoridades locais.

Este domingo à tarde, falando a partir de Praga, Volodymyr Zelensky disse acreditar “que, sem uma pressão crescente, a Rússia não tomará medidas práticas para pôr fim à guerra. Hoje [ontem] marca o 54.º dia em que a Rússia ignorou até a proposta americana de cessar o fogo por completo”. “Acreditamos que um cessar-fogo é possível a qualquer momento, mesmo começando hoje, e deve durar pelo menos 30 dias para dar uma oportunidade real à diplomacia”, referiu ainda o ucraniano, em mais uma resposta ao anúncio feito por Putin de que Moscovo iria cumprir um cessar-fogo de 72 horas para coincidir com as celebrações dos 80 anos da vitória na Segunda Guerra Mundial, agendadas para sexta-feira.

A data vai ser assinalada em Moscovo com um desfile militar ao qual assistirão cerca de 20 líderes estrangeiros, entre os quais o chinês Xi Jinping. Este domingo, Zelensky disse que Kiev não pode “assumir a responsabilidade pelo que acontece no território da Federação Russa” nessa altura, acrescentando que a Moscovo “pode tomar várias medidas, como incêndios criminosos, explosões e assim por diante, e depois culpar-nos”.

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Zelensky diz que cessar-fogo com a Rússia pode acontecer a qualquer momento
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"Espero que não sejam necessárias", diz Putin sobre risco de serem usadas armas nucleares na Ucrânia

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