Um frame do vídeo onde se vê a árvore de Natal a arder.
Um frame do vídeo onde se vê a árvore de Natal a arder.DR

Protestos na Síria depois de árvore de Natal ter sido incendiada

Cristãos temem perseguição após a queda do regime de Bashar al-Assad, apesar de o grupo islamita que o derrubou ter prometido o respeito de todas as minorias religiosas. Governo sírio declarou entretanto que além de dia 25, também o dia 26 será feriado.
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Centenas de pessoas protestaram esta terça-feira nos bairros cristãos de Damasco depois de se ter espalhado nas redes sociais um vídeo que mostra combatentes com a cara tapada a queimar uma árvore de Natal em Suqaylabiyah, perto de Hama.

"Exigimos os direitos dos cristãos”, cantavam os manifestantes enquanto marchavam pela cidade, segundo a agência AFP.

Os protestos ocorrem pouco mais de duas semanas depois de uma coligação armada liderada pelos islamitas do Hayat Tahrir al-Sham (HTS) ter derrubado o governo de Bashar al-Assad, que se apresentava como protector das minorias no país de maioria sunita. O novo líder prometeu contudo respeitar todas as minorias religiosas. 

“Se não nos é permitido viver a nossa fé cristã no nosso país, como costumávamos fazer, então já não pertencemos a este lugar”, disse um dos manifestantes à AFP.

Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (uma ONG com sede em Londres) os homens que lançaram fogo à árvore de Natal eram combatentes estrangeiros do grupo islamita Ansar al-Tawhid. 

Um líder religioso do HTS dirigiu-se à população local,segundo outro vídeo, alegando que aqueles que incendiaram a árvore “não eram sírios” e prometendo que seriam punidos. “A árvore será restaurada e iluminada amanhã de manhã”, prometeu.

Entretanto o novo governo declarou que 25 e 26 de dezembro serão feriado para celebrar o Natal, dando os dias aos funcionários públicos (exceto os essenciais). Desde a década de 1960 que o dia de Natal era feriado na Síria.

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