Aeroporto de Heathrow
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Problemas nas ligações aéreas persistem após ciberataque

O impacto limita-se ao check-in eletrónico e ao despacho de bagagem, o que está a provocar atrasos e filas.
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O aeroporto de Bruxelas solicitou às companhias aéreas o cancelamento de metade dos seus voos programados para este domingo, 21 de setembro, de forma a reduzir o impacto dos ciberataque de sexta-feira à noite, junto dos passageiros. Longas filas e horas de espera, voos atrasados ou cancelados é o cenário a que se assiste em muitos aeroportos da Europa, entre os quais Heathrow, em Londres, o maior aeroporto da Europa, e Berlim.

Em Bruxelas o ciberataque levou ao cancelamento de 44 partidas e 28 chegadas. Este domingo, já foram desviados seis voos com destino à capital belga.

Em Berlim-Brandemburgo, de acordo com a Flughafen Berlin Brandenburg GmbH, continuavam a verificar-se dificuldades em alguns processos de registo de passageiros, realizados de forma manual desde o ataque informático, cuja origem permanece desconhecida. O movimento deverá intensificar-se nas próximas horas devido à saída de milhares de visitantes que participaram na maratona de Berlim, realizada este fim de semana.

O aeroporto de Heathrow afirmou que se tem realizado a “grande maioria dos voos” apesar dos incidentes.

Os problemas são a consequência do mais recente de uma série de ciberataques contra governos e empresas de todo o mundo, atingindo setores como a saúde, a defesa, o retalho, as telecomunicações ou a indústria automóvel. Neste caso foi um ataque contra o fornecedor de serviços de check-in e embarque, mais precisamente o software Muse, desenvolvio pela Collins Aerospace, utilizado por várias companhias aéreas em aeroportos de todo o mundo.

A RTX, empresa-mãe da Collins, informou que o impacto se limita ao check-in eletrónico dos clientes e ao despacho de bagagem e pode ser mitigado com operações de check-in manual, garantindo estar a trabalhar para corrigir o problema o mais rapidamente possível.

Desconhece-se quem poderá estar por trás deste ciberataque, que, segundo um especialista citado pela Reuters, pôes em evidência "a natureza frágil e interdependente do ecossistema digital que sustenta as viagens aéreas". Um porta-voz da Comissão Europeia afirmou que não há atualmente indícios de um "ataque generalizado ou grave" e que a origem do incidente ainda está sob investigação.

“O ciberataque que paralisou aeroportos em toda a Europa demonstra a natureza real e complexa das ameaças atuais. (…) Devemos investir para garantir que estamos prontos para qualquer eventualidade”, afirmou a comissária europeia de Emergências, Hadja Lahbib, que apelou a um reforço do investimento europeu em matéria de segurança digital.

As autoridades aeroportuárias e as companhias aéreas indicaram que se desconhece ainda se o sistema poderá ser totalmente restabelecido a tempo de normalizar os voos na segunda-feira.

No sábado, a TAP tinha aconselhado os passageiros a verificarem o estado dos seus voos antes de se dirigirem para o aeroporto e, se forem confirmados, a fazê-lo com mais antecedência do que o habitual. Desde então, não atualiza a informação.

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Ciberataque causa perturbações nos aeroportos europeus, incluindo Bruxelas e Heathrow
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