Príncipe André, acusado de crimes sexuais, enfrenta semana crucial nos EUA

Virginia Giufre, a alegada vítima, acusa o príncipe de danos não especificados, alegando que este a teria agredido sexualmente em 2001, quando tinha 17 anos e era por isso menor de idade segundo a lei norte-americana.

O príncipe André enfrenta uma semana crucial na sua luta judicial contra uma ação por agressão sexual, no âmbito do escândalo sexual que envolve os seus amigos Jeffrey Epstein e Ghislaine Maxwell.

Na segunda-feira será publicado um acordo legal entre Giufre e Epstein e na terça serão ouvidas os argumentos orais do caso que opõe o príncipe britânico à alegada vítima, uma mulher norte-americana. Isto depois de Maxwell ter sido condenada na semana passada por tráfico sexual e aliciamento de menores para Epstein.

Virginia Giuffre alega que Epstein, um consultor financeiro que se suicidou enquanto aguardava julgamento em 2019, a "emprestou" para manter relações sexuais com os seus sócios ricos e poderosos, incluindo o príncipe André.

A alegada vítima acusa o príncipe de danos não especificados, alegando que este a teria agredido sexualmente em 2001, quando tinha 17 anos e era por isso menor de idade segundo a lei norte-americana.

André, de 61 anos, segundo filho da rainha Isabel II, não foi acusado criminalmente e tem negado reiterada e energicamente as acusações.

Um acordo de 2009 entre Epstein e Giuffre será divulgado na segunda-feira num tribunal de Nova Iorque.

Os advogados de André afirmaram que o acordo protege o príncipe e outros de serem processados por Giuffre e esperam que seja motivo suficiente para que um juiz indefira a ação contra o membro da realeza.

Na terça-feira, o juiz Lewis Kaplan ouvirá os argumentos orais sobre se deve ou não indeferir a ação.

Suor

Kaplan rejeitou na sexta-feira as tentativas dos advogados do príncipe de deter o avanço do processo, argumentando que Giuffre mora fora dos EUA (na Austrália) e não podia por isso recorrer à justiça norte-americana.

Na véspera, os advogados de Giuffre exigiram que o príncipe André entregasse registos médicos demonstrando que não conseguia suar.

Numa entrevista desastrosa em 2019, à BBC, o príncipe negou a afirmação de Giuffre que alegou que ambos teriam partilhado uma dança cobertos de suor numa discoteca londrina. O príncipe disse que não conseguia suar devido a uma condição relacionada com o período em que serviu na Guerra das Falkland (Malvinas), em 1982.

Giuffre afirma que o príncipe André a agrediu na casa de Epstein em Nova Iorque, na sua ilha privada nas Ilhas Virgens americanas e que abusou sexualmente dela na casa em Londres da sua amiga, Maxwell, que apresentou o príncipe a Epstein no início da década de 1990.

Epstein suicidou-se numa prisão de Manhattan em 2019, após ter sido acusado de tráfico sexual infantil. O príncipe André anunciou a retirada da vida pública naquele ano, devido ao escândalo.

O juiz Kaplan disse em novembro que o processo de Giuffre contra André poderia ser apresentado perante um júri de Nova Iorque no fim de 2022.

Os novos desenvolvimentos do caso de Giuffre contra André ocorrem dias depois de Maxwell ter sido considerada culpada na quarta-feira de recrutar e preparar menores de idade para serem abusadas por Epstein.

Maxwell pode ser condenada a uma pena que a manterá na prisão para o resto da vida, após ter sido considerada culpada por um júri de cinco das seis acusações feitas contra ela.

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