Primeiro-ministro francês apresenta a demissão
A ministra do Trabalho, Élisabeth Borne, foi a escolhida pelo presidente francês para suceder a Jean Castex.
O primeiro-ministro francês, Jean Castex, apresentou, esta segunda-feira, a esperada demissão ao presidente Emmanuel Macron.
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"Acabei de apresentar minha carta de demissão", disse o chefe de governo depois da reunião de uma hora com Macron no Palácio do Eliseu.
A ministra do Trabalho, Élisabeth Borne, foi a escolhida pelo presidente francês para suceder a Jean Castex. Será o primeiro governo francês liderado por uma mulher em mais de 30 anos.
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A remodelação do governo, amplamente esperada, visa revigorar o partido centrista de Macron antes das eleições parlamentares do próximo mês, quando o presidente espera garantir a maioria para avançar com a sua agenda reformista, tendo uma nova aliança de esquerda e a extrema-direita a ameaçar bloquear o seu programa.
Tem sido muita a especulação nas últimas semanas, com Macron a indicar que queria uma mulher a suceder a Castex com credenciais de esquerda e ambientais.
Esses critérios refletem o seu desejo de se concentrar em escolas e saúde no início do seu segundo mandato, bem como na crise climática, área a que prometeu dar prioridade.
Além da ministra do Trabalho, Élisabeth Borne, cuja nomeação ao cargo agora se confirma, também a diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, foi um dos nomes avançados pela imprensa para liderar o governo francês.
A última mulher que liderou um governo francês, Edith Cresson, disse ao Journal du Dimanche que a política francesa permaneceu "machista" durante mais de 30 anos, depois de ter desempenhado as funções de primeira-ministra, entre maio de 1991 a abril de 1992, quando François Mitterrand era o chefe de Estado. A próxima mulher a desempenhar o cargo "vai precisar de muita coragem", disse Cresson.
Macron, de 44 anos, registou uma vitória sólida nas eleições presidenciais de 24 de abril contra a líder da extrema-direita ao obter 59% contra os 41% de Marine Le Pen.
Castex pretendia renunciar imediatamente após a eleição presidencial, de acordo com a tradição francesa, mas foi persuadido por Macron a permanecer no cargo enquanto o chefe de Estado francês procurou pelo seu substituto.
Notícia atualizada às 18:05