A polícia em New Hampshire, incluindo agentes do FBI, encontrou o suspeito do ataque na Universidade de Brown -- que será também o homicida do físico português do MIT Nuno Loureiro -- já morto quando entraram num armazém em Salem, onde este se barricara, passava já das duas da madrugada desta sexta-feira (19).Isto porque o que inicialmente pareciam ser dois atos de violência isolados está a transformar-se numa caça ao homem unificada na costa leste dos Estados Unidos. As autoridades estão agora a investigar uma ligação direta entre o tiroteio na Universidade Brown, em Providence, no qual morreram duas pessoas, e a morte a tiro do professor português Nuno Loureiro, ocorrida na região de Boston. A narrativa inicial adiantada pelo FBI que, no início da semana, não encontrava evidências de conexão entre os incidentes.Ao início da madrugada desta sexta-feira, a polícia estava mobilizada em massa numa área de Salem, New Hampshire, após terem encontrado um carro abandonado com uma matrícula correspondente a uma das placas do veículo que acreditam estar a ser utilizado pelo suspeito, segundo informaram dois oficiais à CNN. Alguns minutos depois, em conferência de imprensa, tanto a polícia de Providence como o FBI davam conta que o suspeito era um português, Cláudio Valente, de 48 anos, e que foi encontrado morto -- tendo-se suicidado quando se apercebeu que não tinha saída..Polícia: Português matou físico Nuno Loureiro mais duas pessoas na Universidade Brown.A localização do suspeito foi possível através do seu veículo, que fora localizado através de sistema de leitura de matrículas. Acredita-se que o suspeito terá trocado as placas do carro para dificultar a perseguição.A revelar-se verdadeira a tese da ligação entre os dois casos -- a tragédia em Brown e o homicídio do físico português -- a sequência de eventos começou no sábado, no campus da Universidade Brown, quando um atirador invadiu o edifício de engenharia, matando dois estudantes e ferindo nove. O atacante conseguiu fugir, aproveitando as "zonas mortas" de vigilância numa parte antiga do complexo.Passadas 48 horas, a cerca de 80 quilómetros de distância, a tragédia atingiu a comunidade académica do MIT. O físico português Nuno Loureiro, de 47 anos, foi baleado na sua própria casa, em Brookline. O cientista, natural de Viseu, ainda foi transportado para o hospital, mas não resistiu aos ferimentos, morrendo na terça-feira.Apesar da existência de mais de mil câmaras no campus da Brown, o suspeito foi cauteloso. As imagens recuperadas pela polícia de Providence mostram um homem de constituição robusta e aproximadamente 1,73 metros de altura, mas o uso constante de máscara e o facto de evitar olhar para as câmaras têm dificultado a criação de um retrato robótico preciso."A melhor esperança de resolução virá do público", afirmou Katherine Schweit, ex-agente do FBI, sublinhando que o facto de o atirador não ter sido detido no local — algo raro neste tipo de ataques — sugere um planeamento meticuloso..Israel investiga ligação iraniana na morte de professor português do MIT. O legado de Nuno LoureiroEm Massachusetts, o luto mistura-se com a incredulidade. Loureiro era uma das mentes mais brilhantes da sua geração na área da fusão nuclear. Formado em Lisboa e com doutoramento obtido em Londres, liderava o Plasma Science and Fusion Center do MIT desde o ano passado. Os seus colegas descrevem-no não apenas como um cientista de topo, mas como um mentor compassivo e um líder universalmente admirado.A polícia mantém o apelo para que qualquer pessoa que tenha estado perto do campus da Brown na semana anterior ao ataque verifique registos de vídeo nos seus telemóveis, na esperança de encontrar imagens do suspeito a vigiar o local.