A Polícia de Leicestershire, no Reino Unido, oficializou este mês a implementação do "Blue Light Hijab", um equipamento de proteção pioneiro desenhado especificamente para agentes muçulmanas em funções operacionais. Após um período de três anos de desenvolvimento intensivo, o acessório passa a integrar o fardamento oficial, com o objetivo de combinar o respeito pela liberdade religiosa com as normas de segurança do policiamento moderno.O novo modelo utiliza um sistema de fixação magnética patenteado que permite que o véu se desprenda de forma instantânea caso seja puxado por um suspeito durante uma altercação física. Esta funcionalidade técnica resolve um problema de segurança para as agentes da polícia: o risco de estrangulamento associado aos hijabs convencionais ou fixados com alfinetes. O design, composto por duas peças, assegura que, mesmo que a parte exterior se solte sob pressão, se preserve a privacidade e a dignidade da agente, pois o cabelo permanece coberto, descrevem os seus criadores e as autoridades britânicasInvestimento e viabilidade económicaO desenvolvimento do "Blue Light Hijab" foi o resultado de uma parceria entre as forças de segurança e a Universidade De Montfort (DMU). Estima-se que o investimento total na fase de investigação, criação de protótipos e testes de resistência tenha atingido as 500.000 libras (cerca de 600.000 euros), financiados por fundos públicos destinados à modernização do equipamento policial.Ao ser classificado oficialmente como Equipamento de Proteção Individual (EPI), o custo de cada unidade é integralmente suportado pelo orçamento das respetivas forças policiais, sem qualquer encargo para as agentes. A produção em massa foi confiada a empresas têxteis locais de Leicester, uma medida que visa simultaneamente apoiar a economia regional e garantir a sustentabilidade dos materiais utilizados.Impacto no recrutamentoPara as autoridades britânicas, esta inovação transcende a componente técnica, funcionando como uma ferramenta na estratégia de recrutamento. A polícia espera com este novo uniforme atrair um maior número de mulheres de comunidades muçulmanas para a linha da frente."Sinto-me segura e, acima de tudo, empoderada", afirmou à comunicação social a agente Hafsah Abba-Gana, uma das primeiras recrutas a utilizar o novo modelo em serviço operacional. "Saber que a instituição investiu num equipamento que respeita a minha identidade e protege a minha integridade física permite-me focar exclusivamente na missão de proteger a comunidade."O sucesso da iniciativa em Leicestershire já despertou o interesse de outros setores de emergência no Reino Unido, incluindo o Serviço Nacional de Saúde (NHS) e várias equipas de paramédicos, que avaliam agora a adoção desta tecnologia magnética para os seus próprios quadros de pessoal.