O socialista e presidente do Conselho Europeu, António Costa, defendeu este sábado o reforço da defesa europeia, para proteger os cidadãos da guerra e aumentar a influência geopolítica, mas também para impulsionar a competitividade económica da Europa.António Costa discursou no congresso dos socialistas europeus (PSE), que começou na quinta-feira, dia 16, e termina este sábado, dia 18, em Amesterdão, nos Países Baixos.O líder europeu começou por abordar a urgência climática, dizendo que "a responsabilidade principal em política é proteger os nosso cidadãos. E as alterações climáticas são uma ameaça existencial para a humanidade". "A transição verde", acrescentou, é a oportunidade da Europa para liderar o mundo".A seguir o presidente do Conselho Europeu dirigiu as palavras para a defesa. "Também temos de proteger os nossos cidadãos da guerra. Desde a agressão da Rússia à Ucrânia, tornou-se claro que paz sem defesa é uma ilusão, e que a segurança da Ucrânia é a nossa própria segurança. Faz parte da segurança da Europa. E permanecemos firmes pelo direito da Ucrânia a uma paz justa e duradoura. Mas apoiar a Ucrânia por si só não é suficiente. Devemos fazer mais por nossa própria defesa", disse o antigo primeiro-ministro português. .Trump diz que "ressentimento" entre Zelensky e Putin é o maior obstáculo à paz e espera não ser preciso usar Tomahawks."É por isso que alcançar a prontidão de defesa não é um luxo - é uma necessidade. Os investimentos em defesa são necessários não apenas para nos proteger e aumentar nossa influência geopolítica. Podem também impulsionar a competitividade económica, a inovação, a criação de emprego e a coesão territorial", disse António Costa. Reforçar a defesa é, considera, "a melhor forma de proteger as nossas democracias". O socialista António Costa também lançou farpas políticas. "Os partidos de direita argumentam que devemos escolher entre gastar com defesa ou com nosso estado de bem-estar social. Este é um erro grave e muito perigoso. Isso prejudica o apoio dos cidadãos aos esforços de defesa de que precisamos." Para Costa, "não precisamos sacrificar o estado de bem-estar social". Para o presidente do Conselho Europeu, a segurança não depende apenas de investimentos na defesa, mas acima de tudo "da capacidade de promover o multilateralismo e a ordem internacional baseada em regras, e da nossa capacidade de desenvolver amizades em todo o mundo através do comércio e da ajuda ao desenvolvimento."O antigo secretário-geral do Partido Socialista português também defendeu a sua família política, que considera ter sido "decisiva na construção de nosso estado de bem-estar social". Defendeu a melhoria dos salários e das condições de trabalho, e disse que "é hora de restaurar o equilíbrio e garantir que a riqueza seja partilhada de forma justa". Além disso, defendeu a habitação como "um direito básico, e não uma mercadoria para especuladores". Diz que a crise habitacional afeta famílias em toda a Europa, as mais pobres e da classe média, e que por isso a habitação a preços acessíveis deve ser uma prioridade europeia. "Na próxima semana, pela primeira vez, discutiremos a habitação ao nível dos líderes no Conselho Europeu. Precisamos discutir abertamente as ferramentas disponíveis a nível europeu para apoiar nossos presidentes de câmara, nossos líderes regionais e os esforços nacionais para resolver as questões de habitação", sublinhou."Não estou necessariamente a falar de fundos adicionais. Mas acredito que podemos reduzir a burocracia em áreas como o licenciamento", acrescentou.