O vice-primeiro-ministro do Paquistão, Ishaq Dar, declarou que a operação lançada este sábado pelo exército paquistanês vai terminar "de alguma forma" e que o desfecho está nas mãos da Índia."Esta operação que começámos hoje vai acabar de alguma forma. Tudo depende do que a Índia quer", disse Dar, também ministro dos Negócios Estrangeiros, à Geo.tv, do Paquistão.De acordo com o ministro, Islamabade "não tinha outra resposta" e adotou simplesmente uma postura defensiva, respondendo de forma "proporcional e ponderada" às ações militares indianasA "Operación Bunyanun Marsoos" vai "durar algum tempo", acrescentou.O Paquistão acusa a Índia de ter iniciado as hostilidades com o ataque aéreo lançado na quarta-feira. Nova Deli garante ter atacado infraestruturas terroristas em solo paquistanês, matando mais de 100 terroristas, enquanto Islamabade nega as afirmações e diz que foram atingidos civis.A Índia diz que foi o Paquistão a desencadear a atual crise, acusando-o de ter ajudado o ataque terrorista de 22 de abril na Caxemira administrada pela Índia, no qual morreram 26 pessoas.Após uma série de medidas, essencialmente diplomáticas, nos primeiros dias, o ataque indiano de quarta-feira conduziu a uma escalada das hostilidades entre os países vizinhos.Desde então, as trocas de tiros e artilharia tornaram-se habituais ao longo da fronteira de facto entre os dois países na região disputada de Caxemira, enquanto por via aérea também se trava uma batalha de mísseis e 'drones'.Pelo menos 80 pessoas morreram desde o início do conflito. A Índia registou 49 mortes, incluindo os 26 turistas indianos que perderam a vida no ataque terrorista.Do lado paquistanês, o número de mortos é de 33, com mais 62 feridos, incluindo 14 soldados.A última vaga de ataques ocorreu na manhã deste sábado. De acordo com o Paquistão, o ataque com mísseis teve como alvo várias posições indianas perto da fronteira, incluindo postos militares, e destruiu duas bases aéreas.O exército do Paquistão também afirmou que se defendeu de um ataque indiano a várias bases aéreas paquistanesas, alegando ter intercetado os 'drones'. Os postos militares não foram danificados, indicou Islamabade.O exército indiano não confirmou até ao momento este alegado ataque ao Paquistão, mas revelou que foram identificados vários 'drones' durante a noite a sobrevoar a cidade de Amritsar, no Punjab indiano.Índia e Paquistão, que reivindicam a totalidade da região de Caxemira, têm estado em conflito desde a independência, em 1947..Conflito Índia e Paquistão. "Não é uma guerra que divide o mundo, mas com potencial destruidor muito grande".Os ministros dos Negócios Estrangeiros dos países do G7 exortaram este sábado a Índia e o Paquistão a exercerem "a máxima contenção", na sequência da escalada de tensão."Pedimos à Índia e ao Paquistão a máxima contenção. Uma nova escalada militar coloca a estabilidade regional em sério risco. Estamos profundamente preocupados com a segurança dos civis de ambos os lados", lê-se num comunicado conjunto dos ministérios de Itália, Canadá, França, Alemanha, Japão, Reino Unido, Estados Unidos e da Alta Representante da União Europeia.O grupo de países mais industrializados do mundo apelou ainda para "o diálogo direto" entre as duas potências nucleares, "com vista a uma saída pacífica"."Continuamos a acompanhar de perto os acontecimentos e manifestamos o nosso apoio a uma resolução diplomática rápida e duradoura", concluiu-se na mensagem..Índia e Paquistão: ‘drones’ e trocas de acusações aumentam tensão