Países do Golfo querem impedir ataques de Israel ao petróleo do Irão
Os países do Golfo estão a pressionar os Estados Unidos para que Washington impeça Israel de atacar as instalações petrolíferas do Irão, pois, segundo a Reuters, temem que suas próprias instalações possam tornar-se um alvo dos aliados de Teerão e o conflito no Médio Oriente sofrer uma nova escalada.
Segundo três fontes destes países adiantaram à mesma agência de notícias, nações como a Arábia Saudita, o Qatar e os Emirados Árabes Unidos pretendem também recusar que Israel sobrevoe os seus espaços aéreos para atacar o Irão, intenção que transmitiram aos Estados Unidos.
Estas movimentações diplomáticas surgem depois de o Irão ter apelado aos países do Golfo para usarem a sua influência junto dos Estados Unidos, precisamente devido ao receio que Israel tenha precisamente como alvo as instalações petrolíferas de Teerão.
Fontes diplomáticas iranianas adiantaram à Reuters que, em conversações mantidas esta semana, Teerão alertou a Arábia Saudita que não poderia garantir a segurança das instalações petrolíferas do reino se Israel recebesse qualquer assistência de Riade num ataque e que se os estados do Golfo abrirem o seu espaço aéreo a Telavive isso seria um ato de guerra.
Na quarta-feira, o ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, afirmou que um ataque ao Irão em resposta ao seu recente ataque com mísseis sobre território israelita seria “letal” e “surpreendente”. No mesmo dia, o presidente Joe Biden e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu tiveram uma conversa telefónica, a primeira em sete semanas, e que as duas partes consideraram positiva. A retaliação de Israel ao ataque do Irão foi um dos temas da conversa.
Noutra frente de combate de Israel, investigadores da ONU, acusaram esta quinta-feira Telavive de atacar deliberadamente instalações de saúde na Faixa de Gaza enquanto os militares torturavam e matavam pessoal médico. “Israel está a implementar uma política concertada de destruição do sistema de saúde de Gaza como parte da sua ofensiva mais ampla em Gaza”, disse a Comissão Internacional Independente de Inquérito das Nações Unidas em comunicado.
O país “comete crimes de guerra e crimes contra a humanidade de extermínio com ataques incessantes e deliberados ao pessoal e às instalações médicas”, acrescentou a comissão.
No relatório é ainda destacado alegados maus-tratos aos palestinianos detidos em Israel e aos reféns mantidos em Gaza, acusando tanto Israel como os grupos armados palestinianos de “tortura” e violência sexual.