Os pais de Cláudio Valente, o português que assassinou três pessoas nos Estados Unidos esta semana, não contactavam com ele há vários anos. As últimas notícias do seu filho único tiveram-nas através da televisão, e para saber que se tinha suicidado, aos 48 anos, depois de ter matado três pessoas: dois estudantes após um ataque indiscriminado na Universidade de Brown, no Estados Unidos, e o seu antigo colega de curso do Instituto Superior Técnico, em Lisboa, e diretor do MIT, Nuno Loureiro. Quem o diz é o jornal regional mediotejo.net, que falou com familiares e amigos próximos dos pais de Cláudio Valente que vivem no Entroncamento. A publicação cita Mirita Rodrigues, próxima do casal, que diz que o casal revelava grande tristeza pela ausência do filho que não contactavam há anos. A sua filha cresceu com Cláudio, tendo ambos frequentado a escola São João de Deus, no Entroncamento, e diz que “era uma criança muito doce”. .“O Cláudio Valente? Como?? Fónix, ele era um doce”.O mediotejo.net também com falou com um dos professores de Cláudio Valente, José Morgado, que lhe deu aulas na Escola Secundária Maria Lamas entre 1992 e 1995, e diz que foi o melhor aluno que alguma vez teve. “Não apenas em termos académicos, mas em termos pessoais, humanos… era uma pessoa muito carinhosa com os seus amigos, solidário, sempre bem-disposto e preocupado com o bem-estar dos outros.” Entretanto, as autoridades norte-americanas revelaram que Cláudio Valente entrou nos Estados Unidos a abrigo do programa Diversity Visa Lottery, que atribui anualmente vistos de residência permanente a quem queira imigrar para o país. O português terá sido um dos contemplados com o visto em 2017. Quem entra no país por esta via recebe um green card, um documento de residente permanente que confere quase os mesmos direitos de um cidadão nacional.Na sequência dos assassinatos cometidos por Cláudio Valente, o programa de lotaria de vistos foi suspenso. Ontem, sexta-feira, dia 19, um porta-voz do Departamento de Estado informou que Marco Rubio "suspendeu indefinidamente a emissão de vistos diversity até se ter a certeza a quem é que estamos a deixar entrar no país". A secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, deixou uma mensagem na rede social X a anunciar a suspensão do programa, "para garantir que não haja mais americanos feridos por este programa desastroso". A responsável recordou ainda que em 2017 Trump tentou acabar com este regime de vistos, na sequência do ataque, no dia 31 de outubro, por parte de Sayfullo Habibullaevic Saipov, imigrante do Uzbequistão, que entrou nos EUA com um visto diversity e matou oito pessoas com uma carrinha em Nova Iorque.