Painel de especialistas dos EUA recomenda vacina da Pfizer para crianças maiores de cinco anos

Os especialistas independentes concluíram que os benefícios conhecidos superavam os riscos conhecidos, tendo chegado a essa conclusão através da votação final de 17 votos a favor e uma abstenção
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Um painel de especialistas americanos pronunciou-se esta terça-feira a favor de autorizar a aplicação da vacina da Pfizer-BioNTech contra a covid-19 em crianças de cinco a 11 anos.

A recomendação do painel é de caráter consultivo, mas é provável que a Food And Drugs Administration (FDA), a entidade reguladora nos EUA, a venha a seguir em breve. Se esta agência vier mesmo a autorizar o uso da vacina para esta faixa etária, cerca de 28 milhões de crianças seriam elegíveis para receber as doses nos Estados Unidos.

Os especialistas independentes concluíram que os benefícios conhecidos superavam os riscos conhecidos, tendo chegado a essa conclusão através da votação final de 17 votos a favor e uma abstenção, depois de um dia de apresentações e debates.

Caso a FDA venha a aprovar a vacinação de crianças maiores de cinco anos, cerca de 28 milhões de jovens norte-americanos podem começar a ser vacinados a partir de meados de novembro

"Está muito claro para mim que os benefícios superam os riscos quando oiço falar de crianças que estão a ser colocadas em unidades de cuidados intensivos, com efeitos de longo prazo e até mesmo a morrer", disse Amanda Cohn, do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos.

De acordo com Paul Offit, pediatra do Hospital Infantil da Filadélfia, muitas crianças que estão em alto risco têm benefícios na toma da vacina, até porque o risco teórico de miocardite, o efeito secundário mais preocupante, é muito baixo, dada a a dose reduzida de 10 microgramas, em comparação com 30 microgramas em idades superiores. No entanto, vários especialistas defenderam que a vacinação deve ser uma decisão de cada família.

Uma análise à vacina da Pfizer publicada pela FDA antes da reunião do painel, mostrou que a vacina era 90,7 por cento eficaz na prevenção de sintomas da covid-19 nas crianças desta faixa etária.

O cientista da FDA, Hong Yang, apresentou um modelo em que mostrou que, segundo as taxas de infeção atuais, as hospitalizações que a vacina poderia evitar seriam muito mais do que as miocardites que poderia causar.

Mesmo que a transmissão na comunidade seja reduzida a níveis muito baixos, a vacinação continua a valer a pena devido aos riscos de efeitos de longo prazo.

E dos 877 casos de miocardite registados após a toma de uma vacina em menores de 29 anos, 829 resultaram em hospitalizações, tendo a maioria recebido alta. Por outro lado, apenas cinco precisaram de cuidados intensivos.

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