A repressão russa contra vozes dissidentes atingiu um novo grupo em São Petersburgo, com a detenção de aproximadamente 70 cidadãos durante um encontro da organização "Escola do Princípio Unificado". O grupo, composto maioritariamente por académicos e professores de diversas regiões da Rússia, é agora acusado de violar as rigorosas leis de censura militar do país.A operação policial ocorreu após denúncias de que os membros desta organização estariam a realizar orações públicas pela saúde do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e pelo sucesso estratégico das forças armadas da Ucrânia. Segundo as autoridades russas, as preces incluíam pedidos de proteção divina para evitar a mobilização de reservistas russos e para impedir ataques às cidades ucranianas.Implicações legais gravesOs detidos, entre os quais se destaca a conhecida pedagoga Olga Dautova, são acusados de difundir "informações falsas" sobre as Forças Armadas russas -- um crime que, sob o atual código penal da Federação Russa, pode levar a penas de até 10 anos de prisão.O Kremlin considera que este grupo, com raízes históricas na Ucrânia, utiliza uma mistura de ritos ortodoxos e esotéricos para promover uma agenda anti-guerra e desmoralizar o exército russo junto das famílias dos seus seguidores.