Palestinianos a carregar sacos de farinha em Zikim, na Faixa de Gaza, depois que Israel fez uma "pausa tática" nos ataques e permitiu a entrada de equipas para ajuda médica e distribuição de alimentos no domingo, 27 de julho.
Palestinianos a carregar sacos de farinha em Zikim, na Faixa de Gaza, depois que Israel fez uma "pausa tática" nos ataques e permitiu a entrada de equipas para ajuda médica e distribuição de alimentos no domingo, 27 de julho. EPA / MOHAMMED SABER

ONU. Pelo menos 1.760 mortos em Gaza à procura de comida, a maioria pelo exército israelita

Dados do Gabinete dos Direitos Humanos da ONU para a Palestina refere-se ao período entre 27 de maio e 13 de agosto.
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Pelo menos 1.760 palestinianos foram mortos desde final de maio na Faixa de Gaza, a maioria por disparos do exército israelita, enquanto procuravam ajuda humanitária, afirmou esta sexta-feira, 15 de agosto, a ONU.

Entre 27 de maio e 13 de agosto, o Gabinete dos Direitos Humanos da ONU para a Palestina, registou “pelo menos 1.760 palestinianos mortos enquanto procuravam ajuda: 994 nas proximidades dos locais da Fundação Humanitária de Gaza e 766 ao longo das rotas dos comboios de abastecimento”, indicou, num comunicado.

“A maioria destes assassínios foi cometida pelo exército israelita”, estimou a agência das Nações Unidas. "Apesar de estarmos cientes da presença de outros elementos armados nas mesmas áreas, não temos informação indicativa do seu envolvimento nestas mortes", prossegue a mesma nota da agências, pedindo que "cada uma destas mortes deve ser prontamente e de forma independente investigada, e os seus responsáveis devem ser responsabilizados".

O Gabinete dos Direitos Humanos da ONU para a Palestina refere ainda que "desde o início de agosto, registámos 11 incidentes envolvendo ataques a palestinianos a guardar comboios no norte e centro de Gaza. Estes incidentes resultaram na morte de pelo menos 46 palestinianos, a maioria dos quais forneciam segurança aos comboios humanitários e de abastecimento, a par de alguns à procura de ajuda, e ferindo muitos outros".

De acordo com a mesma fonte, o incidente mais recente aconteceu na quarta-feira, 13 de agosto, "quando ataques aéreos israelitas nas áreas de As Saftawi e Al Karameh, no norte de Gaza, alegadamente mataram pelo menos 12 palestinianos e feriram 18 outros. Horas mais tarde, um outro ataque aéreo israelita sobre um terceiro grupo de aparente pessoal de segurança na área de At Twam, também no norte de Gaza, alegadamente matou 6 palestinianos".

"Estes ataques fazem parte de um padrão recorrente, que sugere o alvo deliberado pelos militares israelitas daqueles presumíveis civis envolvidos na segurança das necessidades de vida", acusa ainda a ONU.

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