A Organização Mundial da Saúde (OMS) negou esta terça-feira, 12 de agosto, que se verifique um aumento significativo na entrada de ajuda humanitária em Gaza, como tinham anunciado as autoridades israelitas, e denunciou a “situação catastrófica” no sistema de saúde local.O chefe do escritório da OMS para os territórios palestinianos ocupados, Rik Peeperkorn, declarou, por videoconferência, que a ajuda “não está a entrar, de todo, nos níveis necessários”, apesar de Israel ter garantido recentemente que haveria pausas nos combates para esse efeito.Segundo Peeperkorn, tal deve-se, em parte, a procedimentos muito lentos e burocráticos, mas também ao facto de Israel continuar a bloquear a entrada de determinados fornecimentos, incluindo material médico.O responsável da OMS recordou que, durante o cessar-fogo que vigorou durante algumas semanas, entre meados de janeiro e março, entravam diariamente entre 400 e 600 camiões em Gaza, o que, além de aliviar a fome da população, provocou uma descida do preço dos alimentos e uma diversificação da oferta alimentar, ajudando a combater a má nutrição.No plano da saúde, esse período permitiu à OMS renovar as reservas dos hospitais.“Nada disso está a acontecer agora”, afirmou Peeperkorn, acrescentando que a organização pretende reabastecer as unidades hospitalares, sobretudo perante a nova ofensiva anunciada pelo Exército israelita, que pretende ocupar a cidade de Gaza.Atualmente, metade dos hospitais e um terço dos centros de cuidados primários estão a funcionar apenas parcialmente ou de forma muito limitada e, em todos os casos, a lotação de doentes excede em duas a três vezes a capacidade.“Temos também uma grave escassez de medicamentos e de material. Pelo menos 52% dos fármacos e 68% dos fornecimentos estão esgotados”, sublinhou..Israel diz que vai permitir entrada controlada de mercadorias em Gaza através do setor privado.”Israel conseguiu matar-me e silenciar a minha voz.” Chovem críticas após morte de jornalista em Gaza