Bombardeamentos israelitas causaram mais de 470 mortos desde reinício do conflito
EPA/MOHAMMED SABER

Bombardeamentos israelitas causaram mais de 470 mortos desde reinício do conflito

O primeiro-ministro israelita justificou ataques aéreos contra Gaza com a falta de progressos nas negociações. Libertação de reféns só terá "lugar sob fogo, a partir de agora", disse Netanyahu.
Publicado a
Atualizado a

Netanyahu admite frente de combate "maior e mais poderosa" na Cisjordânia

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, admitiu hoje que pode ser aberta uma frente de combate "maior e mais poderosa" na Cisjordânia, onde visitou uma unidade secreta das forças armadas, depois da retoma das operações militares em Gaza.

"Esta é a nossa ponta de lança. Penetramos, desequilibramos o inimigo terrorista e lidamos com ele", frisou o governante sobre esta conhecida unidade militar, que realiza regularmente operações contra indivíduos procurados em território palestiniano.

"Porque enquanto travamos uma guerra feroz contra o Hamas na Faixa de Gaza, estamos conscientes da possibilidade de uma frente maior e mais poderosa se abrir aqui na Judeia e Samaria (o nome bíblico que os israelitas usam para a Cisjordânia)", frisou.

Bombardeamentos israelitas causaram mais de 470 mortos desde reinício do conflito

As autoridades de saúde controladas pelo Hamas na Faixa de Gaza anunciaram hoje que mais de 470 pessoas foram mortas desde o reinício dos ataques israelitas.

Noutro comunicado, a Defesa Civil da Faixa de Gaza avançou que 14 pessoas de uma mesma família foram mortas hoje num ataque israelita a um edifício onde se realizava uma receção de condolências em Beit Lahia, no norte do território.

Segundo testemunhas, o ataque teve lugar por volta das 17:00 locais, (15:00 em Portugal).

As equipas de socorro identificaram 14 mortos da família Mubarak, disse à agência de notícias France Prece, Mahmoud Bassal, porta-voz da Defesa Civil, acrescentando que cerca de dez pessoas continuam desaparecidas sob os escombros.

As forças armadas israelitas lançaram hoje uma "operação terrestre limitada" para retomar parte de um corredor fundamental de Gaza, anunciou o exército.

As tropas entraram na área do Corredor de Netzarim, capturando cerca de metade da área até à estrada de Salah a-Din, segundo o jornal The Times of Israel.

A movimentação de tanques para Netzarim não é considerada uma invasão total, mas é a maior escalada qualitativa de novas hostilidades desde o cessar-fogo de 19 de janeiro, de acordo com o diário Jerusalem Post.

O exército disse que as operações terrestres visam expandir a zona de segurança e criar um tampão parcial entre as partes norte e sul da Faixa, noticiou o jornal.

EUA dão 13,8 ME por informações que levem à disrupção nas finanças da Guarda Revolucionária

A administração dos Estados Unidos anunciou hoje uma recompensa de até 15 milhões de dólares (13,8 milhões de euros) por informações que levem à desarticulação dos mecanismos financeiros da Guarda Revolucionária Islâmica do Irão.

O Departamento de Estado norte-americano adiantou, em comunicado, que a recompensa inclui as informações que levem a uma disrupção também nas finanças das organizações associadas à Guarda Revolucionária e ainda às da Força Quds, o ramo de operações no estrangeiro e unidade de elite do exército ideológico do Irão.

Segundo Washington, a Guarda Revolucionária financiou numerosos ataques e atividades terroristas em todo o mundo, nomeadamente através dos aliados externos, como o movimento de resistência islâmica Hamas (na Palestina), o movimento xiita Hezbollah (no Líbano) e as milícias apoiadas pelo Irão no Iraque.

No documento, os Estados Unidos sustentaram que o também conhecido por Corpo de Guardas da Revolução Islâmica do Irão financia ainda as atividades terroristas em parte através da venda de equipamento militar, incluindo 'drones'.

Montenegro garante o contributo diplomático de Portugal para o cessar-fogo em Gaza

O primeiro-ministro respondia à líder parlamentar do PCP, Paula Santos, que questionara o Governo sobre "o que é que é preciso mais para que o Governo tome uma atitude junto" das instituições europeias para que haja um cessar-fogo permenente.

Luís Montenegro garantiu que o Governo português está empenhado para que haja um cessar-fogo naquela região do Médio Oriente e que tem tido um contributo, com "diplomacia", "para que se respeite o acordo de cessar-fogo" e para que seja garantida a "ibertação dos reféns" e "proteção dos civis".

O chefe do governo prometeu também que o empenho tem sido no sentido de garantir o cumprimento do "plano de recuperação e reconstrução de Gaza".

No período de perguntas, Paula Santos, que insitira nas perguntas que já tinham sido feitas pela deputada do BE Mariasa Matias sobre a Palestina, defendeu que "a paz e segurança não se alcançam com a corrida armamentista".

Por este motivo, a deputada comunista perguntou se "o Governo alinha nesta deriva belicista da União Europeia" e se "deve haver reforço do aramento em vez de aumento de salários e poensões".

O primeiro-ministro, antes de elencar várias medidas do Governo sobre tributação, com descida de impostos sobre o rendimento, garantiu que "está fora de hipótese qualquer receita adstrita a despesas sociais", como a "saúde", a "habitação" ou a "mobilidade" seja alocada "para o investimento em defesa".

"Pelo contrário", prometeu o primeiro-ministro: "Reforçamos a defesa para reforçar as políticas sociais."

Montenegro garante estar "fora de hipótese" que "qualquer receita adstrita a despesas sociais", como "habitação" ou "saúde", ser alocada para defesa.
Montenegro garante estar "fora de hipótese" que "qualquer receita adstrita a despesas sociais", como "habitação" ou "saúde", ser alocada para defesa.Foto: Gerardo Santos

Um funcionário da ONU morto em ataque aéreo israelita em Gaza

Jorge Moreira da Silva, diretor exexutivo do Escritório das Nações Unidas para Serviços de Projetos (UNOPS), revelou que um funcionário da ONU morreu esta quarta-feira num ataque aéreo israelita na Faixa de Gaza.

Ataque aéreo surge na sequência do fim do cessar-fogo e o retomar dos ataques israelitas contra alvos do Hamas no enclave palestiniano.

"Na minha opinião, isto não foi um acidente, não pode ser categorizado como tal", disse o subsecretário-geral das Nações Unidas em conferência de imprensa em Bruxelas, na Bélgica.

DN/Lusa

Exército israelita diz que atingiu infraestrutura militar do Hamas 

Ataques de Israel atingiram uma infraestrutura militar do Hamas, informaram esta quarta-feira as forças israelitas.

De acordo com os militares, foram detetados no local atingido preparativos para disparar contra o território israelita, noticia a Reuters.

É ainda referido que embarcações israelitas atacaram vários barcos, que, segundo Telavive, se destinavam a levar a cabo atos “terroristas” dos grupos Hamas e Jihad Islâmica.

Já os palestinianos indicaram que um drone israelita disparou contra vários barcos de pesca na cidade de Gaza. Deflagaram incêndios em várias embarcações.

Hamas "não fechou a porta às negociações"

O Hamas "não fechou a porta às negociações", disse esta quarta-feira à AFP um líder do movimento, Taher al-Nounou, após os bombardeamentos realizados por Israel na Faixa de Gaza na terça-feira que mataram mais de 400 pessoas.

"O Hamas não fechou a porta às negociações, mas insistimos que não há necessidade de novos acordos", disse Taher al-Nounou, contactado por telefone a partir do Cairo. "Não temos condições prévias, mas exigimos que Israel seja forçado a cessar imediatamente as hostilidades e a iniciar a segunda fase de negociações" prevista no acordo de tréguas que entrou em vigor a 19 de janeiro, acrescentou.

Famílias de reféns protestam no parlamento contra fim da trégua em Gaza

As famílias dos cerca de 20 reféns israelitas que ainda estão na Faixa de Gaza pediram aos apoiantes que participassem esta quarta-feira num protesto junto ao parlamento de Israel contra o fim do cessar-fogo.

Familiares dos reféns disseram à agência de notícias Associated Press que o tempo está a esgotar-se, principalmente após as recentes libertações de reféns com aspeto emaciado, que mais tarde descreveram as duras condições de cativeiro.

Um dirigente do Hamas, Izzat al-Risheq, disse na terça-feira que a decisão do primeiro-ministro israelita equivale a uma "sentença de morte" para os restantes reféns.

Quase 60 famílias têm familiares ainda detidos em Gaza. Acredita-se que cerca de duas dezenas de reféns estejam vivos.

Durante a primeira fase do cessar-fogo, que começou em janeiro, o Hamas libertou 25 reféns israelitas e os corpos de outros oito em troca de quase dois mil prisioneiros palestinianos.

Herut Nimrodi sabia que seria necessário tempo até que o seu filho, um soldado de 20 anos, fosse libertado do cativeiro em Gaza.

Mas com o bombardeamento surpresa de Israel em Gaza, Nimrodi teme que não regresse a casa.

"Eu realmente queria acreditar que ainda há uma hipótese de chegar a um segunda fase sem retomar esta guerra. Mas parece que a minha esperança se desmoronou, e não tenho ideia do que fazer a seguir", disse.

"Isto não é apenas um desastre em todos os sentidos, pela forma como os reféns continuam a sofrer, acorrentados às paredes, a passar fome, a ser abusados, mas também pelo número de mortos que continua a aumentar do lado de Gaza", disse Udi Goren, cujo primo, Tal Haimi, foi morto a 07 de outubro e o seu corpo levado para Gaza.

Goren disse que a comunidade internacional deve pressionar o Hamas, Israel e os mediadores --- Estados Unidos, Egito e Qatar --- para porem fim à guerra.

Sylvia Cunio, cujos dois filhos estão reféns, acusou os dirigentes israelitas de não terem coração.

"Não é certo continuar a luta. Se ele me quer matar, o primeiro-ministro [Netanyahu], que o faça logo, porque eu não vou conseguir aguentar isto", disse Cunio a uma rádio israelita.

Exército israelita pede à população de Gaza que saia das zonas perigosas

O exército israelita apelou hoje à população de Gaza para que saia das "zonas de combate perigosas" no norte e no sul do território palestiniano, um dia após bombardeamentos que causaram mais de 400 mortos, segundo o Hamas.

Esta ordem de evacuação aplica-se às regiões de Beit Hanoun (norte), Khirbet Khuza'a, Abasan al-Kabira e Abasan al-Jadida (sul), onde o exército "iniciou operações contra grupos terroristas", escreveu o porta-voz do exército, Avichay Adraee, na rede social X.

Adraee pediu aos moradores que "se mudem para abrigos no oeste da Cidade de Gaza e na cidade de Khan Younis".

Ataques israelitas causaram 14 mortos em Gaza

A Proteção Civil da Faixa de Gaza, controlada pelo movimento islamita Hamas, anunciou esta quarta-feira a morte de pelo menos mais 14 pessoas em novos ataques israelitas contra o território palestiniano durante a noite.

Fontes médicas citadas pelo jornal Filastin, ligado ao Hamas, avançaram este número de vítimas mortais após ataques aéreos israelitas contra Khan Yunis e Rafah, no sul da Faixa de Gaza, bem como no centro do enclave.

O porta-voz do serviço de primeiros socorros Mahmoud Bassal disse à agência de notícias AFP que os ataques aéreos de Israel resultaram ainda em "dezenas de feridos, incluindo mulheres e crianças".

De acordo com fontes médicas, as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) dispararam contra várias casas no bairro de Al Yanina, no leste de Rafah, enquanto lançavam um ataque no distrito de Mawasi, em Khan Yunis.

No centro do enclave palestiniano, aviões da força aérea israelita bombardearam os campos de refugiados de Deir al-Bala e Al-Bureij.

A maioria dos bombardeamentos ocorreu perto da zona humanitária de Mawasi, que as IDF tinham estabelecido meses antes como um "refúgio seguro" para as pessoas deslocadas de outras zonas atacadas e onde milhares de residentes de Gaza ainda vivem em tendas.

A agência de notícias palestiniana Wafa, citando fontes locais, refere que os ataques israelitas foram realizados com recurso a drones e caças, que tinham como alvo tendas onde dormiam crianças.

De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo movimento islamita palestiniano Hamas, os ataques aéreos israelitas lançados na terça-feira causaram pelo menos 404 mortos e 562 feridos.

Erdogan acusa Israel de ser um "Estado terrorista" após ataques contra Gaza

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, disse hoje que a quebra unilateral do cessar-fogo na Faixa de Gaza provou que Israel é um "Estado terrorista que se alimenta do sangue de inocentes".

"O regime sionista demonstrou mais uma vez (...), com os seus brutais ataques em Gaza, que é um Estado terrorista que se alimenta do sangue, das vidas e das lágrimas de pessoas inocentes", declarou Erdogan.

Durante um discurso na Academia Militar da Universidade de Defesa Nacional turca, o chefe de Estado afirmou que "os responsáveis pela barbárie" serão responsabilizados "por cada gota de sangue derramada".

De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo movimento islamita palestiniano Hamas, os ataques aéreos israelitas lançados na terça-feira causaram pelo menos 404 mortos e 562 feridos.

"Este regime sionista, infelizmente, cometeu genocídio e massacrou-os durante a Zahora", disse o chefe de Estado turco, referindo-se à refeição feita pelos muçulmanos antes do amanhecer durante o mês sagrado do Ramadão.

"Se o fogo que queima crianças, bebés e mulheres inocentes continuar com esta arrogância, este estado de loucura, esta imprudência e insolência, um dia também engolirá aqueles que seguram o archote e deitam achas para a fogueira", avisou Erdogan.

O presidente turco reiterou que Ancara apoia "o povo oprimido de Gaza" e continuará a intensificar os "esforços diplomáticos para impedir os massacres, estabelecer a paz e restaurar o cessar-fogo" entre Israel e o Hamas.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse na terça-feira que ordenou os ataques aéreos devido à falta de progressos nas negociações em curso com o Hamas para prolongar o cessar-fogo.

Bombardeamentos israelitas causaram mais de 470 mortos desde reinício do conflito
Netanyahu diz que ataques que quebraram cessar-fogo são “apenas o início”

Num discurso transmitido pela televisão, Netanyahu disse que as negociações sobre a libertação dos reféns ainda detidos em Gaza "só terão lugar sob fogo, a partir de agora", considerando que a pressão militar "é essencial" para garantir o regresso dos israelitas sequestrados em 07 de outubro de 2023.

O ministro das Finanças israelita, Bezalel Smotrich, que lidera um partido de extrema-direita, indicou que o ataque tem como objetivo "devolver todos os reféns e eliminar a ameaça que a Faixa de Gaza representa para os cidadãos de Israel".

As famílias dos cerca de 20 reféns israelitas que ainda estão na Faixa de Gaza pediram aos apoiantes que participassem hoje num protesto junto ao parlamento de Israel contra o fim do cessar-fogo.

Familiares dos reféns disseram à agência de notícias Associated Press que o tempo está a esgotar-se, principalmente após as recentes libertações de reféns com aspeto emaciado, que mais tarde descreveram as duras condições de cativeiro.

Izzat al-Risheq, dirigente do Hamas, disse na terça-feira que a decisão do primeiro-ministro israelita equivale a uma "sentença de morte" para os restantes reféns.

Bombardeamentos israelitas causaram mais de 470 mortos desde reinício do conflito
Israel condena relatório da ONU e EUA propõem plano para prolongar cessar-fogo

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt