Israel condena relatório da ONU e EUA propõem plano para prolongar cessar-fogo
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, rejeitou esta quinta-feira as conclusões de um relatório das Nações Unidas, que acusa o seu país de “atos de genocídio” na “destruição sistemática dos cuidados de saúde sexual e reprodutivos” na Faixa de Gaza. “O circo anti-Israel conhecido como ‘Conselho de Direitos Humanos’ da ONU há muito que se revelou como uma organização antissemita, podre e irrelevante que apoia o terrorismo”, reagiu Netanyahu, lembrando que o seu país saiu deste conselho há um mês.
A Comissão Internacional Independente de Inquérito da ONU sobre os Territórios Palestinianos Ocupados e Israel disse esta quinta-feira, em Genebra, que “as autoridades israelitas destruíram parte da capacidade reprodutiva dos palestinianos em Gaza enquanto grupo, impondo inclusive medidas destinadas a impedir os nascimentos”. Estas ações, junto ao aumento das mortes de mães devido ao acesso restrito a material médico, constituem um crime contra a humanidade, indicou Chris Sidoti.
Netanyahu acusou mais uma vez a ONU de “escolher atacar o Estado de Israel com falsas acusações, incluindo acusações infundadas de violência sexual” em vez de “se focar nos crimes contra a humanidade e de guerra perpetrados pelo Hamas” no massacre de 7 de outubro de 2023, no qual 1200 pessoas morreram e 240 foram sequestradas.
Nova proposta
O enviado especial dos EUA para o Médio Oriente, Steve Witkoff, terá apresentado no Qatar uma nova proposta para prolongar o cessar-fogo na Faixa de Gaza. O plano, revelado pelo site norte-americano Axios, prevê a libertação de reféns e o retomar da entrada de ajuda humanitária no enclave palestiniano.
A primeira fase do cessar-fogo terminou a 1 de março, após a libertação de 33 reféns, mas outros 59 (35 deles já dados como mortos) continuam nas mãos do Hamas. O plano de Witkoff, uma versão atualizada do anterior, prevê prolongar o cessar-fogo até depois do mês do Ramadão e da Páscoa, a 20 de abril. Pede a libertação, no primeiro dia, de pelo menos cinco reféns vivos e dos corpos de nove. A proposta inicial pedia a libertação de 10 reféns vivos e a entrega de 18 corpos. As famílias dos reféns manifestaram “séria preocupação” com o plano.