A Polónia e a Roménia estão a instalar um novo sistema de armas defensivas contra drones russos, após uma série de incursões no espaço aéreo da NATO nos últimos meses, indicaram esta quinta-feira, 6 de novembro, fontes oficiais da Aliança Atlântica.Fontes oficiais da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) adiantaram à agência noticiosa norte-americana Associated Press (AP) em Bruxelas que as incursões expuseram vulnerabilidades da Aliança e aumentaram a tensão na Europa.O novo sistema em questão é norte-americano e chama-se “Merops”.O sistema, suficientemente pequeno para caber na bagageira de uma carrinha de dimensões médias, consegue identificar drones e aproximar-se deles, utilizando ferramentas de Inteligência Artificial para navegar mesmo quando as comunicações por satélite e eletrónicas estão bloqueadas.Além da Polónia e da Roménia, o sistema “Merops” será também utilizado pela Dinamarca, indicaram responsáveis militares da NATO à AP, no âmbito de uma estratégia para reforçar a defesa do flanco leste da Aliança.O objetivo, segundo os mesmos responsáveis, é tornar a fronteira com a Rússia tão bem armada que as forças de Moscovo sejam dissuadidas de qualquer tentativa de incursão, desde a Noruega, a norte, até à Turquia, a sul.A necessidade de uma tecnologia deste tipo tornou-se mais premente depois de cerca de 20 drones russos terem entrado no espaço aéreo polaco, no início de setembro.Caças de milhões de dólares foram mobilizados para enfrentar drones que custam apenas dezenas de milhares.A Roménia registou também uma incursão de drones, enquanto aparelhos semelhantes obrigaram ao encerramento temporário de aeroportos em Copenhaga, Munique, Berlim e Bruxelas. Houve ainda avistamentos nas proximidades de bases militares na Bélgica e na Dinamarca. .Drones avistados perto de aeroporto de Bruxelas e de base militar com armas nucleares. Tráfego aéreo retomado. Embora a origem dos drones nem sempre pudesse ser atribuída diretamente à Rússia ou relacionada com a guerra na Ucrânia, a urgência em reforçar as defesas aéreas tornou-se um ponto-chave para os aliados.Uma batalha prolongada de drones, ou uma guerra em larga escala, como a da Ucrânia, esgotaria os orçamentos ocidentais e os limitados arsenais de mísseis.“O que este sistema faz é fornecer-nos uma deteção muito precisa, pois consegue identificar os drones e neutralizá-los a um custo reduzido. É muito mais barato do que fazer descolar um caça F-35 para abatê-los com um míssil”, afirmou o coronel Mark McLellan, chefe adjunto das operações do Comando Terrestre Aliado da NATO, citado pela AP.Os drones voam baixo e devagar, o que dificulta a sua deteção por radares calibrados para identificar mísseis de alta velocidade. Podem ainda ser confundidos com aves ou aeronaves e é aí que o sistema “Merops” ajuda a colmatar essas falhas.“O ‘Merops’, basicamente, combate drones com drones”, explicou McLellan, especificando que o sistema pode disparar diretamente contra o aparelho hostil ou transmitir informação às forças terrestres ou aéreas para que o abatam.O sistema concede aos comandantes “um determinado tempo para avaliar a ameaça e decidir disparar ou não disparar”, acrescentou o general Thomas Lowin, também chefe adjunto das operações do Comando Terrestre Aliado da NATO.Segundo o responsável, o “Merops” pode ser usado tanto para proteger infraestruturas críticas, como aeroportos, como para apoiar forças armadas em manobras em zonas de combate.A NATO começou já a instalar os primeiros sistemas ao longo das fronteiras da Polónia e da Roménia, enquanto a Dinamarca decidiu igualmente adquirir a mesma tecnologia, confirmou Lowin..Rússia usa "esquadra fantasma" para lançar drones contra a Europa, acusa Zelensky.Dinamarca insinua envolvimento russo no incidente que encerrou aeroportos. Kremlin nega responsabilidade