Málaga está em alerta vermelho por chuva e tempestade.
Málaga está em alerta vermelho por chuva e tempestade.EPA/MARIA ALONSO

Novo alerta vermelho em Valência adia explicações (e remodelação) de Mazón

Mau tempo voltou esta quarta-feira a atingir a zona mais afetada na Comunidade Valenciana e obrigou a desalojar milhares em Málaga.
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O mau tempo não dá tréguas em Espanha, tendo obrigado cerca de quatro mil pessoas a deixar as suas casas na província de Málaga, por precaução, após o transbordar dos rios Benamargosa e Guadalhorce. O alerta vermelho foi também ativado para a costa da província de Valência, o que levou o parlamento da Comunidade Valenciana a adiar para sexta-feira a audição do líder regional, Carlos Mazón, sobre a resposta à tragédia de 29 de outubro, que fez mais de 200 mortos. E a possível remodelação governamental que é esperada.

Na Andaluzia, a Agência Estatal de Meteorologia (Aemet) decretou o alerta vermelho (o mais grave) por chuva e tempestade para Málaga, colocando em laranja Cádiz, Granada, Huelva e Sevilha e em amarelo Córdoba. Esta quarta-feira, as escolas da província mais afetada foram encerradas, assim como muitas lojas, e os comboios que circulavam entre Málaga e Madrid na linha ferroviária de alta velocidade AVE foram cancelados, mas não havia registo de vítimas.

Já na Comunidade Valenciana, o nível máximo foi decretado precisamente para Valência entre as 21.00 de quarta-feira as 12.00 de quinta, com o pior a prever-se para durante a madrugada. A previsão da Aemet era de precipitação acumulada de até 180 litros por metros quadrado em apenas 12 horas.  

Por causa deste alerta, a audiência de Mazón para falar sobre a forma como o governo regional geriu a primeira DANA (iniciais, em espanhol, de depressão isolada em níveis altos) foi adiada para sexta-feira (estava prevista para esta quinta-feira). O líder da Comunidade Valenciana é acusado de ter reagido tarde aos alertas da Aemet, enviando o aviso para os telemóveis dos cidadãos quando muitos já tinham sido apanhados pelas águas.

Segundo o El País, depois de dar as explicações pormenorizadas ao parlamento regional, Mazón deverá proceder a uma remodelação do executivo. A ideia será afastar a conselheira do Interior e da Justiça Salomé Pradas, responsável política pelas Emergências, e Nuria Montes, que estava na pasta da Indústria. De acordo com o jornal, Mazón quer criar uma nova vice-presidência que fique responsável pela reconstrução da área afetada, e uma macro pasta para coordenar as infraestruturas, a economia, o ambiente e as emergências. Haverá ainda uma nova porta-voz do Executivo, a vice-presidente e conselheira dos Assuntos Sociais, Susana Camarero.

O último balanço aponta para a morte de 216 pessoas só em Valência devido à DANA de 29 de outubro, havendo ainda 16 desaparecidos. A DANA (conhecida como gota fria) é causada por ar quente que colide com ar frio estagnado e forma poderosas nuvens de chuva e os especialistas afirmam que os ciclos de secas e inundações estão a aumentar com as alterações climáticas.

susana.f.salvador@dn.pt

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