Um entendimento considerado histórico, um alívio para a humanidade. Foram vários os líderes mundiais que saudaram o fim eminente da guerra em Gaza e a libertação de reféns, após dois anos de conflito. Reações vindas de todo o mundo, mal Donald Trump anunciou o acordo de paz entre Israel e o Hamas. Foi quarta-feira, 8 de outubro: o presidente norte-americano declarou que Israel e o movimento islamita aceitaram a "primeira fase" do seu plano de paz, a que prevê a retirada parcial das tropas israelitas da Faixa de Gaza e a libertação de 20 reféns ainda vivos em troca de prisioneiros palestinianos. O acordo mediado pelos Estados Unidos, Qatar, Egito e Turquia marca a tentativa mais significativa de pôr fim à guerra desde o início do conflito, em outubro de 2023. "Todos os reféns serão libertados muito em breve e Israel retirará as suas tropas para uma linha acordada como primeiros passos para uma paz forte, duradoura e eterna", escreveu Trump na rede Truth Social. "Um avanço desesperadamente necessário", afirmou o secretário-geral das Nações Unidas. António Guterres apelou para a sua plena implementação, sublinhando que "é uma oportunidade para reconhecer o direito à autodeterminação do povo palestiniano e avançar para uma solução de dois Estados". Marcelo rebelo de Sousa, numa nota publicada no site da Presidência, saúda a primeira fase do acordo obtida no Egito, entre Israel e o Hamas, que prevê o regresso de todos os reféns detidos pelo Hamas desde 7 de outubro de 2023, "incluindo vários de nacionalidade portuguesa", e o estabelecimento de um cessar fogo em Gaza, permitindo o fim da destruição e das mortes de civis e a distribuição urgente de ajuda humanitária. O presidente português acrescenta ainda que este primeiro passo das negociações em curso, "na sequência da iniciativa do Presidente Trump, e do acolhimento de todas as partes envolvidas, designadamente Estados Unidos da América, Israel, Autoridade Palestiniana, Egito, Qatar e Turquia, deverá poder conduzir a uma paz justa e duradoura assente na solução de dois Estados, Israel e Palestina, ambos reconhecidos por Portugal".Luís Montenegro, em publicação na rede X, saúda a libertação dos reféns, e assinatura do acordo. O primeiro-ministro português felicita Donald Trump "por este sucesso e por todo o empenho na obtenção da paz no Médio Oriente". Acrescenta ainda: " Com o cessar-fogo, renasce a esperança". .O Presidente da Argentina, Javier Milei, considerou o entendimento "histórico" e anunciou que vai propor Trump para o Prémio Nobel da Paz. Aliado do presidente norte-americano, afirmou que "qualquer outro dirigente com semelhantes conquistas já o teria recebido há muito tempo". Mark Carney, primeiro-ministro canadiano, felicitou Trump pela "liderança essencial" e expressou alívio pela iminente libertação dos reféns. "A paz finalmente parece possível. Instamos todas as partes a aplicarem rapidamente os termos do acordo", afirmou. Do Japão, agradecimentos aos Estados Unidos, ao Egito e ao Qatar pelos esforços de mediação. O porta-voz governamental Yoshimasa Hayashi classificou saudou o entendimento que classificou "um passo importante para acalmar a situação". De Gaza chegam imagens divulgadas nas redes sociais das celebrações nas ruas desde que o acordo para o cessar-fogo foi anunciado..Em Camberra, o primeiro-ministro, Anthony Albanese, e a ministra dos Negócios Estrangeiros, Penny Wong, destacaram "o passo muito necessário para a paz", defenderam uma solução de dois Estados, sublinhando que o plano exclui o Hamas de qualquer papel na administração futura de Gaza. "Um caminho para a estabilidade numa região que tem sofrido a crueldade da guerra e do terrorismo", afirmou o ex-presidente colombiano Iván Duque. A Confederação de Comunidades Judaicas da Colômbia e a organização B'nai B'rith do Uruguai saudaram o entendimento como um "passo essencial para a convivência e para uma paz justa e duradoura". Também António Costa, presidente do Conselho Europeu, já reagiu, com uma mensagem na rede social X, em que se congratula por este acordo apresentado por Donald Trump, afirmando que é o primeiro passo para acabar com esta severa crise humanitária. .Ursula von der Leyen, por seu lado, elogiou "os esforços diplomáticos dos Estados Unidos, do Catar, do Egito e da Turquia para alcançar este avanço". E continuou: "Também me sinto encorajada pelo apoio do Governo de Israel e da Autoridade Palestiniana. Agora, todas as partes devem respeitar integralmente os termos do acordo. Todos os reféns devem ser libertados em segurança. Deve ser estabelecido um cessar-fogo permanente. O sofrimento deve acabar"..O Hamas confirmou o entendimento que "assegura o fim da guerra, a retirada do exército israelita e a entrada de ajuda humanitária", e apelou para que Israel cumpra os compromissos "sem atrasos ou alterações". O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, classificou o acordo como uma "realização histórica". Agradeceu a "liderança determinada e pelos esforços globais" de Trump, afirmando: "Com a ajuda de Deus, traremos todos para casa". A libertação dos reféns deverá começar na segunda-feira, após a aprovação do acordo pelo Governo israelita, e a retirada militar cobrirá cerca de 70% do território de Gaza. Em Telavive, famílias dos reféns reuniram-se na praça dos Reféns, pedindo o "Nobel para Trump". Em Gaza, onde o cessar-fogo foi recebido com uma mistura de alívio e desconfiança, deslocados e habitantes manifestaram a esperança de poder às suas casas. .Cessar-fogo em Gaza: o que se sabe sobre o acordo?.Trump anuncia cessar-fogo em Gaza. Hamas vai libertar todos os reféns e Israel retira as suas tropas