O Exército israelita anunciou esta quinta-feira, 9 de outubro, que deu início aos preparativos e que está a definir um protocolo para recuar em breve para a linha estabelecida para aquela que será a primeira fase da sua retirada de território palestiniano, após o acordo. Exatamente dois anos e um dia após o início da Guerra em Gaza.“O Exército iniciou os preparativos operacionais para implementar o acordo [de cessar-fogo]. Como parte deste processo, estão a ser implementados preparativos e um protocolo de combate para avançar rapidamente para as linhas de projeção ajustadas”, anunciaram as Forças Armadas israelitas citadas por meios internacionais.O Exército de Israel garantiu ainda que continua destacado em Gaza e está preparado para “qualquer desenvolvimento operacional”.Netanyahu vai reunir o governo esta quinta-feira para aprovar o acordo. O primeiro-ministro israelita agradeceu aos “heroicos soldados das IDF e a todas as forças de segurança”, através da rede social X, numa mensagem em hebraico. Pouco depois escreveu uma outra mensagem, em inglês, em que classificou o acordo alcançado como um “êxito diplomático” e uma “vitória nacional e moral para o Estado de Israel”..“Desde o início deixei claro: não descansaremos até que todos os nossos reféns regressem e todos os nossos objetivos sejam alcançados”, escreveu. “Graças a uma determinação inabalável, a uma ação militar poderosa e aos grandes esforços do nosso grande amigo e aliado, o Presidente Trump, chegámos a este ponto de viragem crítico”, acrescentou Netanyahu.A assinatura do acordo está marcada, segundo a Reuters, para as 10h de Lisboa. No Egito, onde o documento será assinado, será meio-dia. A ser aprovado, este é o terceiro cessar-fogo entre Israel e o Hamas. O primeiro, em novembro de 2023, permitiu que mais de 100 reféns, sobretudo mulheres e crianças, fossem libertados em troca de prisioneiros palestinianos, antes de ser interrompido.O segundo, em janeiro e fevereiro deste ano, os militantes palestinianos libertaram 25 reféns israelitas e os corpos de outros oito em troca de cerca de 2000 prisioneiros palestinianos. Israel pôs fim a esse cessar-fogo em março com um bombardeamento surpresa.Depois de acordo assinado, reféns libertados em 72 horas.“No prazo de 72 horas após a aceitação pública deste acordo por parte de Israel, todos os reféns, vivos e mortos, serão devolvidos”, lê-se no documento que foi libertado pela Casa Branca no final de setembro, e que fazia parte destas negociações. Apesar de o prazo ser claro, a data concreta parece ainda não estar absolutamente definida. Israel garantiu que retiraria as tropas 24h depois de o acordo estar assinado, e o espera-se que o Hamas liberte todos os reféns ainda durante o fim-de-semana, segundo fontes citadas pelas agências internacionais - são 48 os reféns que estão ainda sob domínio palestiniano.Vão ser, também, abertos cinco corredores humanitários, que deverão permitir a entrada de 600 camiões com ajuda urgente para as populações atingidas pelo conflito. O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, já veio assegurar que a ONU está preparada para entregar mais ajuda humanitária em Gaza assim que for possível.De acordo com o jornal Haaretz, esta primeira fase da retirada do exércio israelita vai garantir que o Hamas localize os reféns, mantidos pelo seu braço armado (as Brigadas Al Qassam), mas também por outros grupos, como a Jihad Islâmica Palestiniana.O calendário para as outras fases da retirada das tropas israelitas ainda não foi divulgado. Assim que atingirem a “linha amarela”, permanecerão presentes em cerca de metade do enclave (até agora controlavam mais de 80%).O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, descreveu o acordo como “um avanço desesperadamente necessário” e apelou para a sua plena implementação, sublinhando que “é uma oportunidade para reconhecer o direito à autodeterminação do povo palestiniano e avançar para uma solução de dois Estados”..No dia em que a paz parece possível: líderes mundiais reagem a acordo entre Israel e o Hamas.Trump anuncia cessar-fogo em Gaza. Hamas vai libertar todos os reféns e Israel retira as suas tropas