Palestinianos celebram acordo de cessar-fogo com Israel (arquivo)
Palestinianos celebram acordo de cessar-fogo com Israel (arquivo)EPA/MOHAMMED SABER

Cessar-fogo em Gaza: o que se sabe sobre o acordo?

Depois de vários dias de negociações a assinatura do acordo está marcada para esta qunita-feira, 9 de outubro, às 10h, no Egito. Será a "primeira fase do plano de paz" de Donald Trump.
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O Exército israelita anunciou esta quinta-feira, 9 de outubro, que deu início aos preparativos e que está a definir um protocolo para recuar em breve para a linha estabelecida para aquela que será a primeira fase da sua retirada de território palestiniano, após o acordo. Exatamente dois anos e um dia após o início da Guerra em Gaza.

“O Exército iniciou os preparativos operacionais para implementar o acordo [de cessar-fogo]. Como parte deste processo, estão a ser implementados preparativos e um protocolo de combate para avançar rapidamente para as linhas de projeção ajustadas”, anunciaram as Forças Armadas israelitas citadas por meios internacionais.

O Exército de Israel garantiu ainda que continua destacado em Gaza e está preparado para “qualquer desenvolvimento operacional”.

Netanyahu vai reunir o governo esta quinta-feira para aprovar o acordo. O primeiro-ministro israelita agradeceu aos “heroicos soldados das IDF e a todas as forças de segurança”, através da rede social X, numa mensagem em hebraico. Pouco depois escreveu uma outra mensagem, em inglês, em que classificou o acordo alcançado como um “êxito diplomático” e uma “vitória nacional e moral para o Estado de Israel”.

“Desde o início deixei claro: não descansaremos até que todos os nossos reféns regressem e todos os nossos objetivos sejam alcançados”, escreveu. “Graças a uma determinação inabalável, a uma ação militar poderosa e aos grandes esforços do nosso grande amigo e aliado, o Presidente Trump, chegámos a este ponto de viragem crítico”, acrescentou Netanyahu.

A assinatura do acordo está marcada, segundo a Reuters, para as 10h de Lisboa. No Egito, onde o documento será assinado, será meio-dia.

A ser aprovado, este é o terceiro cessar-fogo entre Israel e o Hamas. O primeiro, em novembro de 2023, permitiu que mais de 100 reféns, sobretudo mulheres e crianças, fossem libertados em troca de prisioneiros palestinianos, antes de ser interrompido.

O segundo, em janeiro e fevereiro deste ano, os militantes palestinianos libertaram 25 reféns israelitas e os corpos de outros oito em troca de cerca de 2000 prisioneiros palestinianos. Israel pôs fim a esse cessar-fogo em março com um bombardeamento surpresa.

Depois de acordo assinado, reféns libertados em 72 horas.

“No prazo de 72 horas após a aceitação pública deste acordo por parte de Israel, todos os reféns, vivos e mortos, serão devolvidos”, lê-se no documento que foi libertado pela Casa Branca no final de setembro, e que fazia parte destas negociações. Apesar de o prazo ser claro, a data concreta parece ainda não estar absolutamente definida. Israel garantiu que retiraria as tropas 24h depois de o acordo estar assinado, e o espera-se que o Hamas liberte todos os reféns ainda durante o fim-de-semana, segundo fontes citadas pelas agências internacionais - são 48 os reféns que estão ainda sob domínio palestiniano.

Vão ser, também, abertos cinco corredores humanitários, que deverão permitir a entrada de 600 camiões com ajuda urgente para as populações atingidas pelo conflito. O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, já veio assegurar que a ONU está preparada para entregar mais ajuda humanitária em Gaza assim que for possível.

De acordo com o jornal Haaretz, esta primeira fase da retirada do exércio israelita vai garantir que o Hamas localize os reféns, mantidos pelo seu braço armado (as Brigadas Al Qassam), mas também por outros grupos, como a Jihad Islâmica Palestiniana.

O calendário para as outras fases da retirada das tropas israelitas ainda não foi divulgado. Assim que atingirem a “linha amarela”, permanecerão presentes em cerca de metade do enclave (até agora controlavam mais de 80%).

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, descreveu o acordo como “um avanço desesperadamente necessário” e apelou para a sua plena implementação, sublinhando que “é uma oportunidade para reconhecer o direito à autodeterminação do povo palestiniano e avançar para uma solução de dois Estados”.

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