Nicolas Schmit nomeado o candidato dos socialistas para presidir à Comissão Europeia
O comissário luxemburguês para o Emprego e Direitos Sociais, Nicolas Schmit, foi eleito, este sábado, candidato dos socialistas da União Europeia (UE) para a presidência da Comissão Europeia na próxima legislatura.
Pouco depois da nomeação, Nicolas Schmit rejeitou um "caminho de austeridade e regressão social" nas eleições europeias e exigiu ao Partido Popular Europeu (PPE) que seja coerente e fiel à sua história europeia.
"Não vamos deixar que a Europa vá pelo caminho da austeridade e regressão social, esse é o nosso argumento principal, por isso queremos vencer as eleições de junho em todos os 27 Estados-membros", disse Nicolas Schmit.
Nicolas Schmit, que atualmente faz parte da Comissão de Ursula von der Leyen como responsável pelo Emprego e Direitos Sociais, apelou ao voto dos eleitores que entre 06 e 09 de junho decidirão a composição do Parlamento Europeu na próxima legislatura.
Depois, o socialista luxemburguês apontou baterias ao PPE, que conquistou a maioria dos lugares no hemiciclo nas eleições de 2019, e acusou-o de querer normalizar os partidos de extrema-direita que compõem o grupo dos Conservadores e Reformistas Europeus -- partidos maioritariamente eurocéticos.
"Nunca vamos esconder-nos, não há ambiguidade para nós, nem hoje, nem nunca! Quero enviar uma mensagem ao PPE: Sejam coerentes, fieis à vossa história", sustentou.
Nicolas Schmit acrescentou que a normalização da extrema-direita "é perigosa, é irresponsável".
"Já vimos isso acontecer", advertiu.
A nomeação de Nicolas Schmit foi aprovada pelos delegados em congresso do Partido Europeu Socialista (PES), que se realizou este sábado em Roma, capital de Itália.
Não houve contabilização dos votos, os delegados levantaram apenas os cartões e a organização considerou que o congresso foi unânime na escolha de Schmit para ser o adversário socialista de Ursula von der Leyen, que deverá ser confirmada como candidata do Partido Popular Europeu (PPE) no congresso da próxima semana, em Bucareste, capital da Roménia.
O congresso também aprovou o manifesto para as eleições europeias, entre 6 e 9 de junho, nos 27 Estados-membros.
O primeiro-ministro demissionário e ex-secretário-geral do PS, António Costa, participou no congresso, assim como os homólogos da Alemanha, Olaf Scholz, Espanha, Pedro Sánchez, Dinamarca, Mette Frederiksen, e da Roménia, Marcel Ciolacu.
Nas últimas eleições os Socialistas & Democratas (S&D), a que pertence o PS, conquistaram 154 lugares no Parlamento Europeu, mas venceu o Partido Popular Europeu (PPE), a que pertencem PSD e CDS-PP, que conquistou 182.