O ministro das Finanças israelita, Bezalel Smotrich, apelou hoje ao primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, para anexar a Cisjordânia e pelo estabelecimento de uma "clara maioria judaica" no território.Numa nota difundida pelo Ministério das Finanças, Smotrich disse que os "inimigos devem ser confrontados" e impedidos de viver de forma confortável, referindo-se à população palestiniana.Bezabel Smotrich acrescentou que o "princípio geral" da soberania de Israel sobre a Cisjordânia é a manutenção do máximo de território e o "mínimo de população"."Desta forma, manteremos uma clara maioria judaica num Estado de Israel judaico e democrático", afirmou Smotrich.Na mesma mensagem, o responsável apresentou um plano para anexar 82% da Cisjordânia ocupada, excluindo apenas as principais cidades palestinianas."Os árabes da Judeia e da Samaria [nome bíblico que muitos israelitas usam para se referirem à Cisjordânia] vão continuar a gerir a vida, tal como fazem agora, através da Autoridade Palestiniana", disse Smotrich.De acordo com a proposta, a Autoridade Nacional Palestiniana (ANP), liderada por Mahmud Abbas, acabaria por ser substituída por aquilo que Smotrich descreveu como "alternativa regional de gestão civil".O ministro não pormenorizou o que significa "alternativa regional". Por outro lado, o ministro das Finanças ameaçou destruir a ANP em caso de ataque contra Israel.Da mesma forma, o membro do Governo de extrema-direita israelita disse que a "Judeia e a Samaria" (Cisjordânia) não são territórios disputados e não existe, "nem nunca existirá", um Estado palestiniano.No documento, Smotrich pediu ainda a Benjamin Netanyahu para convocar o Governo e tomar a "decisão histórica" de anexar o território da Cisjordânia.Para o ministro, existe um "amplo consenso" no parlamento (Knesset) de Israel e entre os cidadãos contra a criação de um Estado palestiniano.A mensagem surgiu em pleno debate em Israel sobre a possibilidade de o Governo declarar a soberania israelita sobre partes do território palestiniano ocupado na Cisjordânia, em resposta aos planos de vários países que pretendem reconhecer oficialmente o Estado da Palestina no final do mês, durante a Assembleia-geral da ONU.Smotrich, cujo partido Sionismo Religioso é fundamental para a estabilidade da coligação governamental liderada por Netanyahu, é uma figura relevante da extrema-direita israelita, que defende o estabelecimento de colonatos judaicos em território palestiniano e a continuação da ofensiva militar de grande escala na Faixa de Gaza..Manifestantes incendeiam carros perto da casa de primeiro-ministro israelita (com vídeo).Hamas afirma ter intensificado contactos internacionais para "interromper a guerra de extermínio" em Gaza