O ministro da Defesa de Israel anunciou esta quarta-feira, 12 de novembro, que pretende encerrar a Rádio Exército até 1 de março, alegando que, com esta medida, quer manter a linha apartidária das Forças Armadas do país. O diretor da estação, que é financiada pelo Estado mas tem independência editorial, apelidou a medida de golpe na liberdade de imprensa.Israel Katz classificou a operação de uma rádio de estilo civil pelas Forças Armadas como “uma anomalia sem precedentes em qualquer país democrático do mundo”, sublinhando que o seu encerramento é necessário para proteger o caráter apartidário das Forças de Defesa de Israel (IDF).“A Rádio Exército foi criada pelo governo israelita como uma emissora militar para servir de voz e ouvido aos soldados das IDF e às suas famílias, não como uma plataforma para opiniões, muitas das quais atacam as IDF e os seus soldados”, prosseguiu o responsável pela pasta da Defesa. Segundo Katz, “nos últimos anos, particularmente durante a guerra, muitos soldados e civis, incluindo famílias enlutadas, têm-se queixado repetidamente de que a emissora não os representa e até prejudica o esforço de guerra e a moral. (...) Pior ainda, os nossos inimigos interpretam estas mensagens como se estivessem a ser transmitidas pelas Forças de Defesa de Israel.” De acordo com o Times of Israel, Katz não é o primeiro ministro da Defesa a pressionar para o encerramento da Rádio Exército, tendo antecessores seus anunciado durante anos as suas intenções de retirar a emissora do controlo militar e transferi-la para supervisão civil, ou simplesmente fechá-la, mas sem sucesso.Agora, o mais provável, é que esta decisão seja contestada em tribunal, nomeadamente pelo diretor da rádio. Lev Ram afirmou que “a decisão de encerrar a estação após dois anos de atividade sem precedentes em benefício dos militares é desconcertante e demonstra que este não foi um processo profissional que priorizou as necessidades dos soldados”, acrescentando que a decisão é “um golpe real, lamentável e dramático para o exército do povo, para a sociedade israelita e para a liberdade de imprensa num Estado democrático”.“Pretendo lutar contra esta dura decisão por todos os meios possíveis. Tenho orgulho no trabalho da estação, especialmente nos últimos dois anos durante a guerra, e estou convencido de que continuará a existir durante muitos anos”, disse ainda Ram. O sindicato dos jornalistas de Israel anunciou também que vai lutar para reverter a decisão “prejudicial” de Katz.O líder da oposição israelita, Yair Lapid, declarou que a decisão foi motivada por “um governo ansioso que teme as críticas”, acusando ainda o executivo de tentar “mudar as regras do jogo” antes das eleições de 2026..Trump escreve ao presidente de Israel a pedir que perdoe Netanyahu. Julgamento é "perseguição política", diz