Segundo as autoridades, estiveram presentes cerca de 25 mil pessoas, a organizadora do protestos apontava para 400 mil.
Segundo as autoridades, estiveram presentes cerca de 25 mil pessoas, a organizadora do protestos apontava para 400 mil.Facebook Iniciativa 2028

Milhares pedem a demissão de Sánchez e a convocação de eleições

Líder do partido de extrema-direita Vox, Santiago Abascal, mostrou-se disponível para votar a favor de uma moção de censura do PP, caso esta signifique uma ida imediata às urnas. Pelo menos 25 mil pessoas juntaram-se em Madrid para contestar o governo do PSOE.
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A Plaza de Castilla, um dos pontos centrais de Madrid, foi este domingo palco de mais uma manifestação a contestar o governo socialista liderado por Pedro Sánchez, acusando-o de deteriorar a democracia em Espanha, pedindo a sua demissão imediata e a convocação de eleições legislativas antecipadas. Segundo as autoridades, estiveram presentes cerca de 25 mil pessoas, enquanto que a Plataforma pela Espanha Constitucional, movimento com ligações à extrema-direita e organizadora do protestos, apontava para 400 mil. O Partido Popular, a principal força da oposição, e o partido de extrema-direita Vox, também estiveram envolvidos no protesto.

“Sánchez, demissão” foi um dos gritos de ordem ouvidos este domingo, acompanhados de cartazes com mensagens como “Viva a unidade de Espanha”, “STOP corrupção” ou “SOS Espanha já não é uma democracia”. Entre as milhares de bandeiras de Espanha que coloriam a Plaza de Castilla, podiam ver-se também algumas do Vox e cartazes com críticas ao PP, com acusações aos populares de fazerem acordos com os socialistas, como aconteceu recentemente para a renovação do Conselho Geral do Poder Judicial, e de votarem sempre no mesmo sentido no Parlamento Europeu.

O lema central deste protesto foi a defesa “da unidade de Espanha e da lei”, com os manifestantes a acusarem também Pedro Sánchez de colocar os destinos do país nas mãos dos independentistas da Catalunha e do País Basco, arriscando assim a integridade nacional ou a igualdade entre espanhóis que está estabelecida na Constituição.

Políticos do PP e do Vox presentes acusaram ainda o primeiro-ministro socialista de estar a levar a cabo “um ataque à justiça” nos últimos meses, por causa de processos judiciais que envolvem pessoas que lhe são próximas, como a mulher ou um antigo ministro, investigados por suspeitas de tráfico de influências ou corrupção. 

Alberto Núñez Feijóo, o presidente do Partido Popular, foi um dos ausentes, alegadamente por motivos pessoais, ao contrário do que aconteceu nos protestos convocados há cerca de um ano pelo PP em mais de 50 cidades espanholas, para contestar a amnistia aos independentistas catalães, tendo então o galego prometido que “não nos calaremos até haver novas eleições”. 

Este domingo a vice-secretária popular Carmen Fúnez, uma das vozes do PP presentes da Plaza de Castilla, considerou que os espanhóis estão “cansados da corrupção” e pediu a Sánchez “respeito pela separação de poderes”. E defendeu que, para os populares, a democracia do país não viveu até agora “um momento tão delicado” como o atual e só “dando voz à democracia e aos espanhóis” isso se pode resolver. 

O líder do Vox, Santiago Abascal, garantiu que o seu partido está disponível para apoiar uma moção de censura apresentada pelo PP, caso o objetivo seja a convocação “imediata” de eleições, e sem concessões aos independentistas. E acusou Pedro Sánchez de se associar “com quem seja e entregar o que seja para evitar ser condenado por corrupção”, numa referência aos acordos feitos com partidos independentistas bascos e catalães, para garantir a sua investidura como primeiro-ministro. 

O ministro dos Transportes, Óscar Puente, desvalorizou o protesto. “Não me quero centrar nessas coisas que são, digamos, o habitual da direita deste país”.


ana.meireles@dn.pt

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