Médio Oriente: Milhares de manifestantes pedem respeito pelo cessar-fogo em Lisboa
Foto Reinaldo Rodrigues

Médio Oriente: Milhares de manifestantes pedem respeito pelo cessar-fogo em Lisboa

Iniciativa da Plataforma Unitária de Solidariedade com a Palestina reuniu muitos manifestantes em Lisboa
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Milhares de manifestantes juntaram-se este domingo (19 de outubro), em Lisboa, para pedir a paz na Palestina e o cumprimento do cessar-fogo.

A coluna de manifestantes estava a chegar ao fim da rua da Prata e ainda não tinham saído do Rossio todos os que se associaram à iniciativa da Plataforma Unitária de Solidariedade com a Palestina (PUSP), composta pelas organizações não-governamentais (ONG) Amnistia Internacional Portugal, pela Greenpeace Portugal, pela Médicos sem Fronteiras e pela Fundação José Saramago, entre outras organizações.

"Em cada cidade, em cada esquina, somos todos Palestina", "Viva a luta do povo palestino, Israel é um estado assassino" ou "abaixo o sionismo que vai cair", eram as palavras de ordem que gritavam grupos de manifestantes, procurando chamar a atenção para a ocupação.

A ver passar a manifestação, a judia norte-americana Miriam aplaudia efusivamente.

"Sou judia e americana e hoje tenho vergonha disso" disse à Lusa a turista que reside em Espanha há dois anos.

Veja as fotos do repórter fotográfico do DN Reinaldo Rodrigues:

Médio Oriente: Milhares de manifestantes pedem respeito pelo cessar-fogo em Lisboa
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Jonathan Bebebgui, do movimento Judeus pela Paz, recusa a comparação entre o Estado israelita e a religião que professa.

“Faço parte de um grupo, somos judeus, antissionistas, e solidarizamo-nos com a Palestina, mas acho que as pessoas já compreendem que isto não é sobre antissemitismo”, como têm argumentado as autoridades de Telavive.

A ocupação da Palestina é um ato “de colonialismo” e, “apesar do genocídio que tem acontecido, é bom ver uma reação global no mundo inteiro e acreditamos que isto vai continuar até Palestina a ser livre”, acrescentou.

A presença de tanta gente na manifestação, incluindo muitos cidadãos que nunca se associaram a ações deste tipo, mostra a solidariedade do povo português, considerou.

Esta iniciativa é importante porque o mundo deve manter os olhos na Palestina e, agora que se chegou a um cessar-fogo, nós queremos deixar claro que um cessar-fogo não basta, que somos contra a ocupação, contra os colonatos, contra a opressão do povo palestiniano e que só haverá paz quando a ocupação da Palestina acabar”, afirmou Jonathan

João Antunes, da organização não-governamental (ONG) Médicos Sem Fronteiras que faz parte da organização da manifestação, saudou a forte adesão dos portugueses à iniciativa.

O “cessar-fogo ainda é muito precário” e há “muita instabilidade ainda no território”, a que se somam os constrangimentos impostos por Israel.

“Tínhamos quatro camiões e só deixaram entrar dois”, exemplificou o dirigente, defendendo que a “ajuda humanitária entre sem restrições”, porque o “sofrimento das pessoas ainda não terminou”.

“Nós estamos no território desde o início” e “as dificuldades para as ONG trabalharem são muitas”, admitiu João Antunes.

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