María Corina Machado: “Maduro consolidou o golpe de Estado e a violação da constituição”
A líder da oposição da Venezuela, María Corina Machado, afirmou esta sexta-feira numa mensagem publicada no Instagram que Nicolás Maduro “consolidou o golpe de Estado e a violação” da “constituição” venezuelana, frisando que “é tempo de fazer o que for necessário para a restaurar”.
Corina Machado assegura que tem estado em comunicação permanente com Edmundo González Urrutia e afirmou que o candidato presidencial, que reclama ter vencido as eleições de 28 de julho, regressará à Venezuela “quando as condições forem adequadas”, porque Maduro ativou o sistema de defesa aérea, pelo que lhe pediu para não viajar porque a sua vida é fundamental para recuperar a liberdade no país.
Corina Machado anunciou esta quinta-feira à noite que está em “lugar seguro”, depois de ter sido detida pelas autoridades do país quando participava numa manifestação na capital, Caracas. A equipa de campanha de Edmundo González Urrutia começou por denunciar um alegado sequestro de Corina Machado - que mais tarde foi descrito como "retenção" pelos colaboradores da ex-deputada.
Esta sexta-feira, na capital venezuelana, Nicolás Maduro assumiu o seu terceiro mandato consecutivo de seis anos numa cerimónia de tomada de posse no Palácio Legislativo Federal, a sede da Assembleia Nacional da Venezuela (parlamento), num contexto marcado pela contestação da oposição, que afirma ter ocorrido fraude nas eleições presidenciais de julho e cujos resultados a União Europeia (UE) também não reconhece.
Diversas manifestações de apoiantes de Maduro foram convocadas para esta sexta-feira em todo o país, com a líder da oposição, María Corina Machado, a apelar igualmente à mobilização do povo venezuelano para contestar nas ruas o regime de Caracas.
Em 28 de julho de 2024, a Venezuela realizou eleições presidenciais, cuja vitória foi atribuída pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) a Nicolás Maduro com pouco mais de 51% dos votos, resultado contestado pela oposição que afirma que Edmundo González Urrutia, que, entretanto, pediu asilo político em Espanha, obteve cerca de 70% dos votos.
Tanto a oposição venezuelana como vários países da comunidade internacional denunciaram o escrutínio como fraudulento e exigiram a apresentação dos registos de votação para que pudessem ser verificados de forma independente.
Os resultados eleitorais foram contestados nas ruas, com manifestações reprimidas pelas forças de segurança, com o registo, segundo as autoridades, de mais de 2.400 detenções, 27 mortos e 192 feridos.