Edmundo González, galardoado junto com María Corina Machado, e a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, em Estrasburgo.
Edmundo González, galardoado junto com María Corina Machado, e a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, em Estrasburgo.EPA/RONALD WITTEK

María Corina Machado: "O triunfo da Venezuela será o triunfo da humanidade"

A líder opositora venezuelana e Edmundo González, que o Parlamento Europeu considera o presidente eleito da Venezuela, são os galardoados deste ano com o Prémio Sakharov pela sua "corajosa luta pela liberdade e democracia". Cerimónia da entrega do prémio decorreu em Estrasburgo.
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A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, defendeu esta terça-feira que "o triunfo da Venezuela será o triunfo da humanidade, de cada indivíduo e de cada sociedade que decidir construir conjuntamente um futuro em liberdade", numa intervenção à distância para a cerimónia de entrega do Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento.

"Este prémio é uma homenagem a cada venezuelano que decidiu ser livre, especialmente aqueles que estão escondidos, exilados ou presos", disse Corina Machado, alegando que com este galardão o Parlamento Europeu "mostra-nos que não estamos sozinhos e que nunca, nunca, a luta pela liberdade será em vão".

A líder opositora defendeu que "este é o momento para agir com firmeza, parlamentos e governos em conjunto", reiterando que a Venezuela precisa de todos. 

María Corina Machado foi galardoada junto com Edmundo González, que o Parlamento Europeu reconhece como "presidente eleito" da Venezuela. Foram distinguidos pela sua "corajosa luta pela liberdade e democracia". 

No exílio em Espanha, González aceitou o prémio no hemiciclo do Parlamento Europeu, em Estrasburgo. "Aceito-o com humildade em nome do povo da Venezuela. São estas pessoas que encarnam verdadeiramente o espírito deste prémio, em reconhecimento da sua corajosa luta para restaurar a liberdade e a democracia na Venezuela", afirmou. 

"Apesar da clareza do mandato soberano e popular que nós, venezuelanos, emanámos nas eleições de 28 de Julho passado aqueles que ainda ocupam os mais altos cargos do Estado decidiram ignorá-lo abertamente", lamentou. Algo que, admite, não foi uma surpresa. 

"Nós, como venezuelanos, sabemos muito bem o que enfrentamos. Estamos perante um regime que minou gravemente os direitos humanos, as instituições democráticas e o sistema de liberdades.
É, em suma, um Estado autocrático que quer que atuemos contra o que dita a nossa consciência", resumiu González.

"A Venezuela conta convosco porque a luta pela liberdade e pela democracia no nosso país é também a luta por estes valores em todo o mundo", concluiu.

A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, falou de um prémio "em reconhecimento dos vossos esforços incansáveis ​​para restaurar a liberdade e a democracia na Venezuela e garantir uma transição de poder justa, livre e pacífica, arriscando tudo pelos valores que milhões de venezuelanos e este Parlamento tanto prezam – a justiça, a democracia e o Estado de direito".

Em nome do Parlamento Europeu, Metsola condenou ainda o regime do presidente Nicolás Maduro.  "Condenamos o regime de Maduro pelas muitas tentativas brutais e cruéis de silenciar as vozes democráticas de milhões de venezuelanos. Condenamos a emissão de um mandado de detenção contra o presidente eleito. E condenamos a prisão ilegal de milhares de presos políticos em condições desumanas e apelamos à libertação desses prisioneiros. O punho de ferro de Maduro não consegue esmagar o espírito e as vozes do povo venezuelano que marcha nas ruas para exigir justiça e democracia."

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