A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, defendeu esta terça-feira que "o triunfo da Venezuela será o triunfo da humanidade, de cada indivíduo e de cada sociedade que decidir construir conjuntamente um futuro em liberdade", numa intervenção à distância para a cerimónia de entrega do Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento.."Este prémio é uma homenagem a cada venezuelano que decidiu ser livre, especialmente aqueles que estão escondidos, exilados ou presos", disse Corina Machado, alegando que com este galardão o Parlamento Europeu "mostra-nos que não estamos sozinhos e que nunca, nunca, a luta pela liberdade será em vão"..A líder opositora defendeu que "este é o momento para agir com firmeza, parlamentos e governos em conjunto", reiterando que a Venezuela precisa de todos. .María Corina Machado foi galardoada junto com Edmundo González, que o Parlamento Europeu reconhece como "presidente eleito" da Venezuela. Foram distinguidos pela sua "corajosa luta pela liberdade e democracia". .No exílio em Espanha, González aceitou o prémio no hemiciclo do Parlamento Europeu, em Estrasburgo. "Aceito-o com humildade em nome do povo da Venezuela. São estas pessoas que encarnam verdadeiramente o espírito deste prémio, em reconhecimento da sua corajosa luta para restaurar a liberdade e a democracia na Venezuela", afirmou. ."Apesar da clareza do mandato soberano e popular que nós, venezuelanos, emanámos nas eleições de 28 de Julho passado aqueles que ainda ocupam os mais altos cargos do Estado decidiram ignorá-lo abertamente", lamentou. Algo que, admite, não foi uma surpresa. ."Nós, como venezuelanos, sabemos muito bem o que enfrentamos. Estamos perante um regime que minou gravemente os direitos humanos, as instituições democráticas e o sistema de liberdades.É, em suma, um Estado autocrático que quer que atuemos contra o que dita a nossa consciência", resumiu González.."A Venezuela conta convosco porque a luta pela liberdade e pela democracia no nosso país é também a luta por estes valores em todo o mundo", concluiu..A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, falou de um prémio "em reconhecimento dos vossos esforços incansáveis para restaurar a liberdade e a democracia na Venezuela e garantir uma transição de poder justa, livre e pacífica, arriscando tudo pelos valores que milhões de venezuelanos e este Parlamento tanto prezam – a justiça, a democracia e o Estado de direito"..Em nome do Parlamento Europeu, Metsola condenou ainda o regime do presidente Nicolás Maduro. "Condenamos o regime de Maduro pelas muitas tentativas brutais e cruéis de silenciar as vozes democráticas de milhões de venezuelanos. Condenamos a emissão de um mandado de detenção contra o presidente eleito. E condenamos a prisão ilegal de milhares de presos políticos em condições desumanas e apelamos à libertação desses prisioneiros. O punho de ferro de Maduro não consegue esmagar o espírito e as vozes do povo venezuelano que marcha nas ruas para exigir justiça e democracia."