Armen Sarkisyan, um colaborador pró-russo da região de Donetsk procurado pela Ucrânia, morreu esta segunda-feira no hospital depois de ser ferido numa explosão num complexo residencial em Moscovo, informou a agência de notícias estatal russa TASS, acrescentando que as autoridades policiais suspeitam de que este foi vítima de um assassinato. Esta não é a primeira morte violenta de colaboradores do Kremlin desde o início da guerra. A 17 de dezembro, o tenente-general Igor Kirillov foi morto com uma bomba à porta de casa, em Moscovo, um atentado reivindicado por Kiev, e que ocorreu um dia depois de o militar russo ter sido acusado pela Justiça ucraniana do uso de armas químicas proibidas na Ucrânia.O líder da unidade paramilitar Arbat, alinhada com o presidente Vladimir Putin, ficou gravemente ferido quando um dispositivo explosivo não-identificado detonou na entrada de um edifício do complexo residencial Alye Parusa, no noroeste de Moscovo, a cerca de 12 quilómetros do Kremlin. Sarkisyan foi transportado para um hospital de helicóptero, mas não resistiu aos ferimentos. O Comité de Investigação da Rússia está a averiguar a explosão, que, até ao final de segunda-feira não tinha sido reivindicada.Outras pessoas, incluindo um dos guarda-costas de Sarkisyan, também terão ficado gravemente feridos, com algumas fontes, citadas pela BBC, a referirem que teria havido outra vítima mortal. Segundo o Kyiv Independent, a explosão terá ocorrido quando Sarkisyan e os guarda-costas estavam a entrar no prédio, referindo ainda que, no total, cinco pessoas ficaram feridas, enquanto um dos seguranças terá morrido - Serhii Shkriabatovskyi, ucraniano residente na Rússia, estava entre os feridos, de acordo com o site independente de notícias russo Agentstvo, que o identificou como tendo sido segurança do antigo presidente ucraniano pró-russo Viktor Yanukovych (2010-14).Sarkisyan era considerado um “patrão do crime” na zona de Donetsk e um antigo associado de Yanukovych, tendo, durante a Revolução EuroMaidan (2013-14) alegadamente organizado os grupos pró-governo ucraniano que assediaram os manifestantes pró-europeus. Após o início da invasão russa, em fevereiro de 2022, fundou o Batalhão de Propósitos Especiais de Guardas Separados de Arbat, uma unidade paramilitar ligada ao Ministério da Defesa russo e que luta contra a Ucrânia.No final do ano passado, o Serviço de Segurança ucraniano (SBU) informou que Sarkisyan era suspeito de “recrutar prisioneiros para lutar na Ucrânia”, notando ainda que estava numa lista internacional de procurados desde maio de 2014 pelo seu envolvimento em assassinatos cometidos no centro de Kiev.