Macron mais convincente, mas Le Pen melhor do que em 2017

Jornais fazem o balanço após debate que pôs frente a frene os dois candidatos à presidência francesa.

Emmanuel Macron terá sido, segundo os media, mais convincente do que a sua opositora da extrema-direita, Marine Le Pen, no debate presidencial de quarta-feira em França, criticado por candidatos derrotados na primeira volta.

O jornal "Liberation", conotado com a esquerda, considera que a prestação da líder de extrema-direita não chegou para convencer os franceses indecisos, colocando na capa uma fotografia de Le Pen com o título "Ainda não está à altura".

Já o "Le Figaro", conotado com a direita, titula "Macron domina, Le Pen aguenta o embate", ecoando as opiniões de vários analistas que consideraram que o Presidente recandidato esteve melhor. Já a prestação de Marine Le Pen é considerada melhor do que em 2017, ano em que perdeu definitivamente as eleições na noite do debate.

O jornal "Le Parisien" exprime também esta tendência, indicando que Macron esteve "na ofensiva", especialmente na questão da Rússia, quando relembrou que Le Pen pediu um empréstimo a um banco russo em 2015 para financiar as suas campanhas e que ainda o está a pagar, fazendo que a extrema-direita tenha dificuldades em confrontar "os seus banqueiros" na questão da invasão da Ucrânia.

O debate de quase três horas, e o único em que Macron aceitou participar, foi criticado pelos ex-candidatos às presidenciais que caíram na primeira volta.

"Que desperdício, o país merecia melhor, ainda bem que teremos a terceira volta", escreveu Jean-Luc Mélenchon, líder da França Insubmissa que se qualificou no terceiro lugar na primeira volta e já veio pedir aos eleitores para ser eleito primeiro-ministro nas legislativas de junho.

Nicolas Dupont-Aignan, líder do partido França de Pé e que na segunda volta apoia Le Pen, disse ter visto "um galo agitado e pretensioso face a uma mulher digna e humana", reforçando que a sua escolha está feita.

Do lado da direita, o líder dos deputados d'Os Republicanos, Damien Abad, considerou que se viu esta noite "uma diferença clara de nível e de valores" entre os dois candidatos, reforçando que vai votar Macron no domingo.

Do lado do partido do ex-jornalista Eric Zémmour, o antigo fiel da União Nacional de Marine Le Pen, Gilbert Collard, disse que o debate era uma conversa "fora da realidade", onde não foram abordados temas importantes para os franceses, como o movimento dos 'coletes amarelos', imigração ou segurança.

Marine Le Pen e Emmanuel Macron confrontam-se para a segunda volta das eleições presidenciais francesas no dia 24 de abril.

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