Macron reúne-se com militares após apresentar um novo plano nacional para o serviço militar, na base de Varces, nos Alpes franceses.
Macron reúne-se com militares após apresentar um novo plano nacional para o serviço militar, na base de Varces, nos Alpes franceses.THOMAS PADILLA/EPA

Macron lança novo serviço militar para reforçar defesa francesa perante a ameaça russa

O presidente francês sublinhou que existe “uma geração pronta para se levantar pela pátria”. “Não podemos voltar ao tempo do serviço militar obrigatório, mas precisamos de mobilização”, disse.
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O presidente francês Emmanuel Macron anunciou esta quinta feira, 27 de novembro, um novo programa de serviço militar voluntário destinado a jovens de 18 e 19 anos. A iniciativa, que arranca no próximo ano, pretende reforçar as capacidades das forças armadas face ao crescimento da ameaça russa no continente europeu desde a invasão em larga escala da Ucrânia em 2022.

A apresentação foi feita na base militar de Varces, nos Alpes franceses. Macron descreveu o plano como uma resposta necessária num momento que considera de “grande risco” para a Europa. O chefe de Estado gaulês explicou que o objetivo não é recuperar o sistema militar obrigatório, abolido em 1996, mas criar um modelo de mobilização que reforce o vínculo entre o país e as novas gerações.

Segundo Macron, o programa terá a duração de dez meses e estará limitado ao território francês e às regiões ultramarinas e não incluirá missões de combate no estrangeiro. O presidente gaulês sublinhou que existe “uma geração pronta para se levantar pela pátria”. “Não podemos voltar ao tempo do serviço militar obrigatório, mas precisamos de mobilização”, acrescentou.

A medida surge num momento em que Paris procura aumentar o número de reservistas. Atualmente, França conta com cerca de 200 mil militares no ativo e mais de 40 mil reservistas, sendo o segundo maior contingente militar da União Europeia, só atrás da Polónia. A meta é alcançar 100 mil reservistas até 2030.

Macron alertou ainda que qualquer sinal de fraqueza perante Moscovo seria mal interpretado. “Quando se envia um sinal de fraqueza à Rússia, que há dez anos escolheu voltar a agir como uma potência imperial, ela avança onde nos vê frágeis. E continuará a avançar”, declarou.

O presidente confirmou também um reforço do investimento militar. Serão aplicados 6,5 mil milhões de euros adicionais nos próximos dois anos, integrados no plano que prevê atingir 64 mil milhões de euros de orçamento anual de defesa em 2027, o último ano do seu segundo mandato. Este valor representa o dobro do orçamento existente quando assumiu a presidência em 2017.

Macron reúne-se com militares após apresentar um novo plano nacional para o serviço militar, na base de Varces, nos Alpes franceses.
Macron afirma que a Rússia é ameaça para Europa e que não se deve mostrar fraqueza

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