O Líbano vai apresentar no domingo um plano para convencer o Hezbollah a desarmar, anunciou esta terça-feira, 26 de agosto, o enviado especial dos Estados Unidos para a Síria e o Líbano, Thomas Barrack, após um encontro em Beirute com o presidente libanês, Joseph Aoun. Segundo a AP, espera-se que o governo discuta o plano e o aprove numa reunião marcada para o dia 2 de setembro.“O exército libanês e o Governo não estão a falar em entrar em guerra. Estão a falar em como convencer o Hezbollah a entregar estas armas”, afirmou Thomas Barrack, sublinhando que a estratégia que está a ser preparada pelo Líbano não envolverá obrigatoriamente uma operação militar para convencer o Hezbollah a entregar as suas armas. O enviado dos Estados Unidos referiu ainda que Israel irá apresentar uma contraproposta após receber este plano. De recordar que, na segunda-feira, depois de conhecida a “decisão importante” de Beirute sobre o Hezbollah, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, havia dito que o Exército de Israel poderia começar a retirar dos territórios que ocupa no sul do Líbano.Thomas Barrack foi ainda questionado sobre o motivo pelo qual os Estados Unidos não discutem a questão do Hezbollah diretamente com o Irão, em vez de usarem Israel e a Síria, onde esteve antes de chegar ao Líbano, como interlocutores: “Acham que isso não vai acontecer? ”, respondeu.Barrack declarou também que a Arábia Saudita e o Qatar estão prontos para investir numa zona económica no sul do Líbano, perto da fronteira com Israel, o que criaria empregos para os membros do Hezbollah e os seus apoiantes quando depuserem as armas.“Precisamos de dinheiro a entrar no sistema. O dinheiro virá do Golfo”, disse o enviado de Trump para o Médio Oriente, adiantando que “o Qatar e a Arábia Saudita são parceiros e estão dispostos a fazê-lo pelo sul [do Líbano] se pedirmos a uma parte da comunidade libanesa que abdique do seu sustento.” Referindo-se aos milhares de membros do Hezbollah que têm sido financiado pelo Irão nas últimas quatro décadas, Barrack questionou: “Temos 40 mil pessoas a serem pagas pelo Irão para lutar. O que é que vocês vão fazer com elas? Pegar nas armas delas e dizer ‘já agora, boa sorte a plantar oliveiras’? Isso não pode acontecer. Temos de as ajudar”. .Israel não assinará cessar-fogo com Hezbollah até atingir objetivos