Lula quer negociar tarifas e pede reflexão a Trump. Chanceler está nos EUA e disposto a negociar
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Lula quer negociar tarifas e pede reflexão a Trump. Chanceler está nos EUA e disposto a negociar

“Tem divergência? Sente numa mesa, coloque a divergência do lado e vamos tentar resolver e não de uma forma abrupta, individual, de tomar a decisão que vai taxar o Brasil em 50%”, declarou.
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O Presidente brasileiro, Lula da Silva, afirmou que o Brasil quer sentar-se à mesa com os Estados Unidos para resolver o impasse das tarifas de 50% anunciadas por Donald Trump e que entram em vigor na sexta-feira. “Eu espero que o Presidente dos Estados Unidos reflita a importância do Brasil e resolva fazer aquilo que no mundo civilizado a gente faz”, começou por dizer o chefe de Estado brasileiro, num evento no estado do Rio de Janeiro esta segunda-feira, 28 de julho.

“Tem divergência? Sente numa mesa, coloque a divergência do lado e vamos tentar resolver e não de uma forma abrupta, individual, de tomar a decisão que vai taxar o Brasil em 50%”, declarou.

No mesmo discurso, Lula da Silva voltou a culpar a família do ex-Presidente Jair Bolsonaro pela imposição das tarifas. "Isso é o filho do coisa e o coisa que está pedindo para fazer", disse, referindo-se ao filho de Jair Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro, que se encontra nos EUA a fazer ‘lobby’ a favor do pai, que está a acusado de tentativa de golpe de Estado e que agora está sob várias medidas de coação como o uso obrigatório de pulseira eletrónica. “É uma falta de vergonha, falta de caráter, de patriotismo", frisou Lula da Silva.

Chanceler está nos EUA

O ministro das Relações Exteriores do Brasil encontra-se nos Estados Unidos tendo já sinalizado a disposição de conversar com as autoridades norte-americanas sobre as tarifas de 50%, disse à Lusa fonte oficial. Mauro Vieira chegou no domingo a Nova Iorque para participar na Conferência Internacional de Alto Nível para a Solução Pacífica da Questão da Palestina e para a Implementação da Solução de Dois Estados e para realizar vários encontros bilaterais, entre os quais com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel.

Mas, numa altura em que o Brasil e os Estados Unidos vivem num clima de guerra diplomática e comercial na sequência do anúncio de imposição unilateral de tarifas de 50% por parte de Donald Trump, a diplomacia brasileira já sinalizou à contraparte norte-americana que Mauro Vieira vai estar no país até quarta-feira.

“Nós sinalizámos ao Governo que o ministro estaria disposto a conversar com autoridades” sobre o tema das tarifas”, disse à Lusa fonte do Itamaraty. Frisaram também a “disposição em dialogar e abrir espaço para negociação”, explicou a mesma fonte, avisando, contudo, que o ministro brasileiro só conversará com autoridades de “nível hierárquico adequado”.

Segundo a imprensa brasileira, os canais diplomáticos entre os dois países estão praticamente desligados, sendo que a única ligação com a Casa Branca é a do filho do ex-Presidente brasileiro Eduardo Bolsonaro, que se encontra nos Estados a fazer ‘lobby’ a favor do seu pai e que celebrou as imposições tarifárias impostas ao seu próprio país.

O "tarifaço"

No dia 09 de julho, Trump publicou uma carta endereçada ao Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, nas suas redes sociais, anunciando a aplicação de tarifas de 50% sobre todos os produtos brasileiros importados pelos Estados Unidos a partir de 01 de agosto.

Segundo Trump, a medida representa uma consequência da "caça às bruxas" sofrida pelo ex-Presidente brasileiro Jair Bolsonaro, acusado de tentativa de golpe de Estado. Eduardo Bolsonaro já sinalizou que as tarifas estão intimamente ligadas ao processo de Jair Bolsonaro e que estas apenas seriam retiradas caso fosse dada uma amnistia ao seu pai.

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