Líder das secretas russas garante que a Ucrânia esteve envolvida no atentado de março em Moscovo
NATALIA KOLESNIKOVA / AFP

Líder das secretas russas garante que a Ucrânia esteve envolvida no atentado de março em Moscovo

Líder do FSB reconheceu, pela primeira vez, a responsabilidade da organização Estado Islâmico no ataque, mas afirmou que “no final do ataque, os terroristas receberam uma ordem clara para se deslocarem para a fronteira com a Ucrânia, onde tinha sido preparada uma ‘janela’ daquele lado”.
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Os serviços secretos ucranianos estiveram diretamente envolvidos no atentado mortal a uma sala de concertos perto de Moscovo, no qual mais de 140 pessoas foram mortas, disse o líder do Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB), Alexander Bortnikov, citado esta sexta-feira pela agência TASS.

“A investigação está a decorrer, mas já é seguro dizer que as secretas ucranianas estão diretamente envolvida neste ataque”, disse Bortnikov.

Ainda assim, o responsável russo reconheceu, pela primeira vez, a responsabilidade da organização Estado Islâmico no ataque. "Durante a investigação (...), foi estabelecido que os preparativos, o financiamento, o ataque e a retirada dos terroristas foram coordenados via internet por membros do grupo da província de Khorasan", braço afegão do Estado Islâmico, declarou.

Contudo, Bortnikov afirma que “no final do ataque, os terroristas receberam uma ordem clara para se deslocarem para a fronteira com a Ucrânia, onde tinha sido preparada uma ‘janela’ daquele lado”.

Bortnikov acusou também a NATO de facilitar a transferência de "mercenários e militantes de organizações terroristas internacionais do Médio Oriente, Norte de África e Afeganistão" para a Ucrânia, para que pudessem lutar contra as forças russas no país.

O Estado Islâmico reivindicou a responsabilidade pelo massacre e as autoridades dos Estados Unidos disseram ter informações dos serviços secretos que mostravam que o ataque foi executado pela filial afegã da rede, o Estado Islâmico Khorasan. Já a Ucrânia tem negado repetidamente qualquer envolvimento no atentado.

O atentado na sala de concertos Crocus City Hall, a 20 quilómetros do centro de Moscovo, provocou a morte a 144 pessoas e deixou, na altura, mais de 150 hospitalizadas.

O ataque foi levado a cabo por várias pessoas armadas na Crocus City Hall, uma sala de espetáculos situada em Krasnogorsk, nos arredores da capital russa, segundo as autoridades russas.

A Rússia sempre responsabilizou a Ucrânia pelo atentado terrorista e exigiu a Kiev a detenção e a entrega do chefe dos Serviços de Segurança (SBU) e de outros supostos implicados.

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