Kremlin tenta subverter governo da Moldávia para a usar contra a Ucrânia, alerta a presidente Sandu
A presidente da Moldávia, Maia Sandu, denunciou o que chamou de "tentativas do Kremlin de manipular as eleições" parlamentares do país, com o objetivo de "instalar um governo subserviente" aos interesses russos. Numa entrevista a um programa de televisão, Sandu alertou que esta manobra representa uma ameaça direta à segurança da Moldávia e tem como objetivo a guerra da Ucrânia.
Sandu declarou que o Kremlin procura substituir o atual governo por figuras facilmente controláveis, transformando a Moldávia numa plataforma para a influência russa. "Temos uma fronteira de 1200 quilómetros. Imaginem que, da noite para o dia, esta fronteira com um país amigo se transforma numa fronteira com um estado controlado por Moscovo. Claro, existem riscos para a Ucrânia aqui, mas, ao mesmo tempo, os riscos para a Moldávia também aumentam, porque desta forma a Federação Russa pode arrastar a Moldávia para a guerra", declarou a presidente, citada pelos media internacionais.
Sandu, europeísta reeleita presidente em novembro, sublinhou a necessidade urgente de a Moldávia manter-se "do lado da liberdade e da segurança", evitando ser arrastada para o conflito pelo Kremlin. Apelou ainda ao sistema judicial para que tome medidas rigorosas contra os organizadores de esquemas de compra de votos, garantindo a integridade democrática do processo eleitoral. "Temos o dever moral de permanecer do lado certo, de permanecer um país amigo", afirmou.
A Moldávia terá eleições parlamentares em setembro.