"Ataque maciço" russo com mais de 650 drones faz três mortos, diz Zelensky. Várias regiões com cortes de energia
Serviços de Emergência da Ucrânia / Facebook

"Ataque maciço" russo com mais de 650 drones faz três mortos, diz Zelensky. Várias regiões com cortes de energia

Devido aos ataques russos contra a Ucrânia, o exército polaco acionou aviões para proteger o espaço aéreo do país. Drones ucranianos atacaram uma fábrica petroquímica na região russa de Stavropol.
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O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, anunciou esta terça-feira, 23 de dezembro, um "ataque maciço" russo, com "mais de 650 drones" lançados, tendo sido ainda utilizados "mais de 30 mísseis", que fez três mortos, incluindo uma criança de quatro anos.

A ofensiva russa visou principalmente o setor energético e as infraestruturas civis, "essencialmente todas as infraestruturas da vida quotidiana", referiu Zelensky, dando conta que, pelo menos, 13 regiões foram atacadas.

As autoridades ucranianas anunciaram cortes de energia em várias regiões do país, na sequência de ataques russos contra várias infraestruturas.

Os bombardeamentos levaram o exército polaco a enviar aviões para proteger o espaço aéreo do país.

"A Rússia ataca mais uma vez as nossas infraestruturas energéticas. Como consequência, foram desencadeados cortes de energia de emergência em várias regiões da Ucrânia", anunciou o ministério ucraniano da Energia na rede de mensagens Telegram.

A operadora elétrica Ukrenergo relatou um "ataque massivo com mísseis e drones" e anunciou que os trabalhos de reparação começarão assim que as condições de segurança o permitirem.

Na segunda-feira à noite, as autoridades locais de Odessa (sul) afirmaram que um ataque com drones russos danificou as infraestruturas portuárias e um navio civil. Os ataques russos intensificaram-se nas últimas semanas na região estratégica do Mar Negro.

Quase quatro anos após o lançamento da ofensiva em grande escala contra o país vizinho, a Rússia ataca a Ucrânia praticamente todas as noites, visando em particular as infraestruturas energéticas, especialmente no inverno.

Os novos cortes de energia ocorrem num momento em que a Ucrânia enfrenta temperaturas próximas de zero ou mesmo negativas em grande parte do território.

Por volta das 06:30 TMG, todo o território ucraniano estava sob alerta aéreo, de acordo com o mapa online das autoridades.

Ao longo da noite, o exército ucraniano alertou para repetidas ameaças de drones e mísseis de cruzeiro em várias regiões do país, incluindo no oeste, longe da frente de batalha.

O exército polaco anunciou esta manhã através da rede social X que a aviação "polaca e aliada" tinha sido colocada em alerta e destacada no espaço aéreo polaco de forma preventiva, devido aos ataques russos no território ucraniano.

O procedimento é acionado com regularidade, quando os bombardeamentos visam zonas ocidentais próximas da fronteira polaca.

"Ataque na véspera de Natal" envia "sinal extremamente claro sobre as prioridades da Rússia", diz Zelensky

O presidente ucraniano referiu que este "ataque na véspera de Natal, quando as pessoas simplesmente querem estar com as suas famílias, em casa e em segurança" envia "um sinal extremamente claro sobre as prioridades da Rússia".

"Um ataque levado a cabo essencialmente no meio de negociações destinadas a pôr fim a esta guerra. Putin ainda não consegue aceitar que tem de parar de matar. E isso significa que o mundo não está a pressionar suficientemente a Rússia. Agora é a altura de responder", defendeu o presidente ucraniano, numa mensagem divulgada nas redes sociais, onde partilhou imagens da destruição causada pelos ataques russo.

Para Zelensky, é necessário estar comprometido "com a proteção da vida para finalmente alcançar a paz". "Obrigado a todos os líderes e políticos que não permanecerão em silêncio hoje e que condenarão a Rússia pelo que fez", agradeceu o chefe de Estado ucraniano.

Os novos bombardeamentos ocorrem no dia seguinte à morte de um general russo, Fanil Sarvarov, morto em Moscovo em consequência da explosão do seu carro, no que foi o terceiro assassinato presumível de um militar russo de alta patente em pouco mais de um ano.

Kiev não comentou imediatamente o assassinato do general.

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General russo morre vítima de atentado bombista em Moscovo

Os ataques desta madrugada ocorrem também num momento em que as negociações para a resolução do conflito aceleraram, sob pressão do presidente norte-americano Donald Trump, ainda que sem resultados concretos, apesar de uma nova série de reuniões em Miami, Estados Unidos, durante o fim de semana.

Drones ucranianos atacam fábrica petroquímica na região russa de Stavropol

Por outro lado, os drones ucranianos atacaram, também esta terça-feira, uma fábrica petroquímica localizada numa zona industrial da região russa de Stavropol, no norte do Cáucaso, provocando incêndios, informou o governador local, Vladimir Vladimirov.

"Drones inimigos tentaram atacar alvos em Budionnovsk, os sistemas de defesa antiaérea estão a funcionar (...). Há vários incêndios no território da zona industrial. Os serviços de emergência estão a trabalhar no local", escreveu Vladimirov na plataforma de mensagens Telegram.

O governador informou igualmente que, "segundo dados preliminares, não há vítimas, não se observam danos em habitações e infraestruturas de serviços da cidade".

O responsável apelou à população local para que não grave vídeos dos ataques nem os publique na Internet e para que esteja atenta à situação.

O canal Astra, também através da Telegram, concluiu com base nas imagens publicadas nas redes sociais, que o alvo do ataque dos drones ucranianos foi a fábrica petroquímica Stavrolen, especializada na produção de polietileno e polipropileno, que já tinha sido atacada no final de outubro último.

O ministério russo da Defesa informou no Telegram que, durante a última noite, as defesas antiaéreas abateram 29 drones de asa fixa.

As regiões mais afetadas foram Rostov (14 drones) e Stavropol (7). Também foram atacadas as regiões de Belgorod (3), Kalmikia (3), Kursk (1) e a península anexada da Crimeia (1).

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