Jamal Khashoggi foi assassinado dentro do consulado saudita em  Istambul, capital da Turquia, em outubro de 2018.
Jamal Khashoggi foi assassinado dentro do consulado saudita em Istambul, capital da Turquia, em outubro de 2018.Comité para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) / Middle East Monitor/Handout via Reuters

Jornalista detido desde 2018 foi executado na Arábia Saudita. Entidade de proteção relembra Jamal Khashoggi

Assim como Khashoggi, assassinado dentro do consulado saudita na Turquia, Turki Al-Jasser fez acusações de corrupção contra a realeza saudita, acabando por ser condenado por terrorismo e traição.
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Turki Al-Jasser, um proeminente jornalista saudita que estava detido desde 2018, condenado por terrorismo e traição, foi executado na Arábia Saudita, informou este domingo, 15 de junho, a autoridade deste país, enquanto grupos de ativistas afirmam que as acusações contra o jornalista foram forjadas.

Turki Al-Jasser foi condenado à morte um dia antes, de acordo com a Agência de Imprensa Saudita oficial, depois de a pena de execução ter sido confirmada pelo tribunal superior do país. De acordo com a agência Associated Press, não ficou claro onde decorreu o seu julgamento nem quanto tempo durou.

Em 2018, as autoridades sauditas invadiram a casa de Al-Jasser, prendendo-o e apreendendo o seu computador e telefones.

O Comité para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), sediado em Nova Iorque, adiantou que as autoridades sauditas sustentavam que Al-Jasser estava por detrás de uma conta na rede social X que fazia acusações de corrupção contra a realeza saudita. Al-Jasser teria também feito várias publicações controversas sobre militantes e grupos militantes.

O diretor do programa do CPJ, Carlos Martínez de la Serna, condenou a execução e disse que a falta de responsabilidade na sequência do assassinato do colunista do Washington Post Jamal Khashoggi no consulado saudita, em Istambul, em 2018, “permite a perseguição contínua de jornalistas no reino”.

“O fracasso da comunidade internacional em fazer justiça para Jamal Khashoggi não traiu apenas um jornalista”, disse o responsável, acrescentando que “encorajou o príncipe herdeiro de facto Mohammed bin Salman a continuar sua perseguição à imprensa”.

Uma equipa de assassinos sauditas matou Jamal Khashoggi no consulado em Istambul. Os serviços secretos norte-americanos concluíram que o príncipe herdeiro saudita ordenou a operação, mas o reino insiste que o príncipe não esteve envolvido no assassínio.

Al-Jasser manteve um blogue pessoal de 2013 a 2015 e era conhecido pelos seus artigos sobre os movimentos da Primavera Árabe que abalaram o Médio Oriente em 2011, os direitos das mulheres e a corrupção.

A Arábia Saudita tem sido alvo de críticas por parte de grupos de defesa dos direitos humanos devido aos seus números e métodos de aplicação da pena capital, incluindo decapitações e execuções em massa.

Em 2024, as execuções na Arábia Saudita aumentaram para 330, de acordo com ativistas e grupos de defesa dos direitos humanos, uma vez que o reino continua a reprimir firmemente a dissidência.

No mês passado, um analista britânico do Bank of America foi condenado a uma década de prisão, aparentemente por causa de uma publicação nas redes sociais, desde então excluída, de acordo com seu advogado.

E em 2021, um cidadão com dupla nacionalidade saudita-americano, Saad Almadi, foi condenado a mais de 19 anos de prisão por acusações relacionadas com terrorismo decorrentes de ‘tweets’ que publicou enquanto vivia nos Estados Unidos. Foi libertado em 2023, mas foi proibido de deixar o reino.

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